20.2.12

Jesus e o Vitória

ver comentários...
Tentarei trazer algo especifico sobre o jogo, assim que o analisar com mais pormenor, mas para já partilho apenas duas reflexões...

- Jesus. Perder 2 vezes seguidas no Benfica só lhe tinha acontecido no pesadelo do inicio de época da época passada. Podem ser duas derrotas irrelevantes no balanço final da época, e até é provável que o sejam. O Benfica pode, obviamente, ultrapassar o Zenit, e embora tenha perdido agora uma margem importante, continua a ter uma situação muito favorável para recuperar o título. Mas perdeu margem, isso é claro. A minha reflexão sobre Jesus tem a ver com o "timing" da sua entrada no Benfica, que me parece ter sido perfeito, quer para ele, quer para o próprio clube. Isto porque Jesus chegou depois do clube ter recuperado a vários níveis, nomeadamente tendo sido capaz de investir continuadamente, durante vários anos, na equipa principal. Ou seja, quando chegou tinha todos os recursos para vencer. Não menos importante, Jesus chega ao Benfica quando a própria gestão desportiva parece ganhar muito maior consistência nas suas decisões, por ter sido capaz de assumir alguns erros anteriores. Nomeadamente, não me parece muito improvável que Jesus tivesse chegado a esta época se Vieira não tivesse aprendido com o erro do despedimento de Fernando Santos. O Benfica teve cerca de 15 anos num patamar claramente inferior ao do Porto, mas hoje parece-me claro que subiu um importante degrau e que é muito mais improvável que o clube esteja muito tempo sem ganhar títulos. Fruto de um crescimento continuado da sua estrutura, que culminou com o acerto da aposta (continuada) no actual treinador.

- Sobre o Vitória, escrevi após o jogo com o Porto que era provável que a equipa fizesse uma segunda volta em crescendo, para chegar a níveis pontuais próximos daqueles que atingiu nos anos anteriores. Agora, com este inesperado triunfo, esse deixa de ser um cenário provável, para ser o cenário "mais" provável. É interessante como, com os diversos treinadores, há coisas que nunca mudaram nos últimos anos desta equipa, praticamente desde Paulo Sérgio. Nomeadamente, a agressividade no pressing e o recurso a um muito alicerçado nas características da sua principal referência ofensiva (sempre com jogadores fortes no jogo aéreo). Não diria que foi um crescimento brilhante, mas, lá está, com confiança e estabilidade, Rui Vitória deve acabar por levar o seu barco a bom porto e o 5º lugar não é um objectivo irreal.

AddThis