22.2.12

A identidade napolitana

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- Não sei se será da má fase, mas Villas Boas quase que antecipou a derrota antes da mesma, ao dizer na antevisão da primeira mão que a eliminatória poderia ser invertida na segunda. E pode, pelo que convém não dar as coisas como terminadas. Ainda assim, é sobre o Nápoles que quero escrever, coisa que já estive para fazer, mas que por falta de oportunidade acabou por não acontecer.

Não pode ser nunca um candidato, claro, porque não tem potencial para isso, mas parece-me ter todas as características para ser um perigoso "outsider". Porque tem uma filosofia de jogo muito ajustada ao tipo de jogos da competição, porque é fortíssimo dentro da sua proposta e porque beneficia, depois, de um ambiente muito favorável quando joga em sua casa. O Nápoles não me espanta tanto pela capacidade ofensiva, mas antes pela forma como a consegue. Ao contrário da generalidade das equipas ainda em prova, que procuram vencer "aos pontos", o Nápoles joga tudo no "KO". Ou seja, não procura atacar pela quantidade e, por vezes, parece até que o sofrimento faz parte da estratégia, tal a facilidade com que baixa o bloco enquanto espera pacientemente pelo momento certo para atacar, esticando o jogo de forma tremendamente eficaz, quer em organização, quer em transição. Mais espantoso do que tudo, pelo menos para mim, é a identidade. Seria de esperar que a frieza da sua proposta se desfizesse quando se vê em desvantagem, mas não... O Nápoles permanece impávido e, mesmo a perder, continua a esperar pacientemente pelo momento certo de atacar, e a verdade é que esta reviravolta está longe de ser caso único no currículo da equipa.

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