27.2.12

James...

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- Há um bom tempo que não o imaginava possível, mas o clássico chega mesmo com tudo empatado. E, com um sorriso do destino, o Porto materializa a recuperação do atraso precisamente frente ao mesmo adversário contra quem começara a defini-lo. Do jogo emerge, mais uma vez, James. Realmente, não percebo muito bem que fique fora dos principais eleitos (por critério meramente técnico, isto é), se tivermos em conta o rendimento do colombiano. James é o jogador com maior influência directa nos golos marcados na liga, se considerarmos golos e assistências, descontando penaltis. A sua utilização foi um ponto de interesse das variações tácticas da equipa durante o ano, e não me parecendo que essa seja uma discussão fechada, também não vejo que a dimensão do seu talento e influência seja suficiente para que fique de fora. O que faltará a James, talvez, é mesmo uma exibição de grande nível num grande jogo. Ficaremos à espera para ver o que vai acontecer na Sexta...

Para curiosidade, deixo a lista dos 10 jogadores com mais golos e assistências na liga, excluindo penaltis:
James 15
Lima 14
Nolito 13
Danilo Dias 12
Hulk 12
Baba 12
Cardozo 11
Rodrigo 10
Toscano 9
Edgar 9


- Sobre o jogo do Sporting, posso aproveitar o caso de James para introduzir o de Izmailov, reflectindo sobre a falta que faz ao Sporting ter com regularidade talento do nível do russo. Isto é, ter regularmente jogadores que marquem realmente a diferença. Em relação ao jogo, e na sequência do que havia escrito, veio mais uma vitória alicerçada no controlo e por 1-0. É claro que para Sá Pinto o caminho é ainda muito longo e incerto. Desde a ameaça das lesões até à incerteza de como a equipa poderá reagir a um primeiro resultado negativo, passando pela sobrecarga competitiva (o que não o contexto ideal para quem quer desenvolver alguns conceitos novos). Escrevi, aquando da sua entrada, que não tinha grandes dúvidas de que Sá Pinto saberia bem o que era mais importante para criar uma dinâmica positiva e o treinador tem correspondido plenamente a essa expectativa, reforçando a importância de ganhar e de elevar os níveis de confiança, como motor de arranque para esse objectivo. Aliás, este tipo de sensibilidade é bastante comum em ex-jogadores, e não me parece um acaso. Enfim, apenas mais uma nota sobre o jogo do Sporting: uma das grandes carências da equipa do Sporting é a qualidade da sua circulação baixa, que me parece indiscutivelmente fraca. A equipa revelou nos últimos 2 jogos um crescimento ao nível da segurança no primeiro passe, o que é fundamental e parte da explicação para o maior controlo sobre o adversário (basta ver, por exemplo, como surgiram os principais lances do Paços). Agora, se quiser ser capaz de chamar o adversário sem ter invariavelmente de perder a bola, terá de ser também capaz de a circular muito melhor em zonas baixas, nomeadamente com um melhor uso do guarda redes.

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