20.2.12

Dúvidas sobre cabeceadores...

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- Sem competitividade, é mais difícil ter interesse. E quando uma equipa tão superior dobra a vantagem aos 25 minutos, dissolve-se toda a competitividade que um jogo poderia ter. O Porto e Vitor Pereira é que não devem ter sentido falta do interesse ou da competitividade. Aliás, até os devem ter temido quando Meyong reduziu. Enfim, a minha principal nota do jogo vai para mais um golo de Janko. Para aqueles que, como eu, viveram os anos do seu domínio no futebol português, qualquer golo de cabeça marcado com uma facilidade inverosímil nas costas dos centrais, traz imediatamente à memória a figura de Mario Jardel. Acho que da mesma maneira que gerações anteriores ficaram marcadas pelos "golos à Eusébio", a minha tem os "golos à Jardel" sempre prontos a saltar da memória. Ou então sou só eu. Enfim, a questão que tenho é: que grandes cabeceadores há (ou houve) que actuassem exclusivamente com movimentos ao 1ºposte? Muitas equipas, especialmente as que utilizam apenas 1 avançado mais fixo, pedem quase sempre um movimento ao primeiro poste, para abrir espaço para as entradas dos médios e do extremo do lado oposto. Aquilo que me parece é que este tipo de movimentos, por regra, "queima" o avançado, que normalmente é também o jogador mais forte na reacção ao cruzamento. Por exemplo, Falcao, que é fortíssimo ao primeiro poste, tem também a capacidade de atacar outras zonas em situações de maior densidade. Janko também ataca muitas vezes o primeiro poste, mas tenho dúvidas se não será mais forte quando lhe é dada liberdade para jogar com o lado cego dos centrais. Uma questão para continuar a reflectir...

- Em Alvalade, Sá Pinto não trocaria os pontos por uma melhor exibição, mas mais do que boa ou má, acho que foi uma performance decepcionante. Pelo menos para mim, que esperava outra capacidade com o regresso a casa e, sobretudo, com o regresso de várias unidades importantes e que raramente jogaram juntas nos últimos meses. Evidente que não é minimamente honesto ligar as dificuldades ao novo treinador e às suas novas intenções, mas as coisas são o que são e se é verdade que ganhar é importante para potenciar a confiança (como o próprio Sá Pinto não se cansa de referir), tenho dúvidas que essa mesma confiança aumente muito quando a situação no campeonato se manteve (por mérito da concorrência) e ainda por cima se absorve a insatisfação vinda das bancadas. Sá Pinto já deu alguma ideia de algumas alterações que pretende introduzir, nomeadamente baixando os médios que tinham uma postura assumidamente mais profunda com Domingos. Tinha a convicção de que o Sporting iria crescer nos próximos tempos, com a série de jogos caseiros e os regressos de alguns jogadores. A primeira sensação que me fica com este jogo, e perante o caminho que ainda parece existir em relação à adaptação às novas dinâmicas, é que esse crescimento poderá não ser tão evidente. Mas frente ao Légia teremos outra ideia, até porque o jogo não será tão fechado como este. Aliás, sobre o Paços notar o conservadorismo da sua proposta que, apesar disso, pode perfeitamente lamentar a eficácia como factor decisivo na definição do resultado. Não lhe sobra um calendário fácil, mas a verdade é que Calisto (que regresso mais improvável!) já fez o mais difícil.

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