18.11.10

Portugal - Espanha: O mérito devido de uma lição táctica

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Irei regressar com outros pontos de análise, inclusive a componente individual, mas julgo ser de inteira justiça começar por aqui, porque é aqui que reside a enorme e súbita diferença entre o passado e o presente da Selecção.

Nos primeiros triunfos da “era Bento”, o diagnóstico foi consensual. Salientou-se o demérito do seu antecessor, porque Paulo Bento apenas simplificara as coisas, criou empatia com os jogadores e escolheu os melhores. Simples, não é? Pois é, mas ninguém dá um “correctivo” destes numa equipa com a qualidade da Selecção espanhola, apenas por “dar moral” e “escolher os melhores”. Lamento.

O outro motivo a que ninguém – por ignorância ou negação – parece querer dar crédito a esta equipa é de ordem táctica, e vem na sequência daquilo que já se vira logo no jogo com a Dinamarca – e como me esforcei para o salientar! Ontem, de novo, uma lição táctica perante aquele que era, provavelmente o mais difícil dos adversários para o fazer. O resultado foi quase perfeito, soberbo!

Será interessante, para quem queira perceber, ver a forma como Portugal pressionou em todo o campo, como desafiou colectivamente o “tiki-taka” e, com organização, atitude e perseverança, acabou por aniquila-lo em 45 minutos. Será interessante comparar isso com o banal “ferrolho” do Mundial, ou mesmo com qualquer uma das “eras” anteriores.

Ontem, foi provavelmente a melhor exibição que vi a Selecção fazer. Porque teve a inspiração de grandes jogadores, mas porque teve também teve uma enorme liderança por trás. No plano motivacional e táctico. Foi a Selecção com que há muito sonhava e só espero que não acabe aqui. "Don't stop", portanto.

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