Notas colectivas
Não é fácil jogar na Mata Real. As dimensões do relvado tornam difícil a posse e a atitude que o adversário invariavelmente assume, difícil o pressing sobre a construção. Ou seja, tem de se lidar com um jogo directo, disputado à frente da sua área e só depois de ganhar esse duelo é que se pode pensar no passo seguinte. Intensidade precisa-se, portanto.
O jogo mostrou bem que o Sporting era capaz de ultrapassar o obstáculo defensivo que tinha pela frente. Teve qualidade e talento para encontrar soluções. Qualidade na forma rápida como se desdobrou em algumas situações, e talento na resolução individual de algumas unidades. O problema foi dividido entre a eficácia e a segurança lá atrás.
Sobre a eficácia, convém não dramatizar porque se o Sporting teve oportunidades, o Paços não as teve menos. Mas é verdade que, com ela, tudo podia ter sido diferente. Resta-nos a segurança, e é aqui que chegamos à linha defensiva.
Não foi mal único, houve abordagens individuais erradas também, mas foi, como é, o mais crónico dos erros da interpretação do modelo. A equipa não consegue subir e manter-se alta no campo e sempre que tem de lidar com uma situação de transição aumenta vertiginosamente o seu espaço entre linhas, dando campo de ataque ao adversário e retirando tempo à sua própria recuperação colectiva. Um problema, está mais do que visto, e um problema que tem raízes no passado, e nas rotinas completamente diferentes da equipa com Paulo Bento.
Fora estes pontos, e ainda no Sporting, podemos depois discutir opções como a mudança de sistema ao intervalo, que claramente não produziu resultados. Podemos alongar-nos até a um campo mais filosófico sobre se é bom variar tanto de figurino, ou se o melhor é manter o sistema e optimizar as suas dinâmicas. Já sabem que sou adepto da segunda vertente, mas o que realmente me parece é que o sistema é uma discussão inútil no meio de outros pontos mais relevantes para a optimização do modelo. Se o Sporting e Paulo Sérgio não o perceberem e se insistirem nas oscilações entre 4-4-2 e 4-3-3, pouco ou nada irá mudar.
Sobre o Paços, o maior elogio que faço vai para a consciência do que se pode e do que se deve fazer. Não é a fórmula que mais admiro, mas prefiro largamente a humildade à presunção.
(estatística individual e vídeo na II Parte da análise)
Não é fácil jogar na Mata Real. As dimensões do relvado tornam difícil a posse e a atitude que o adversário invariavelmente assume, difícil o pressing sobre a construção. Ou seja, tem de se lidar com um jogo directo, disputado à frente da sua área e só depois de ganhar esse duelo é que se pode pensar no passo seguinte. Intensidade precisa-se, portanto.
O jogo mostrou bem que o Sporting era capaz de ultrapassar o obstáculo defensivo que tinha pela frente. Teve qualidade e talento para encontrar soluções. Qualidade na forma rápida como se desdobrou em algumas situações, e talento na resolução individual de algumas unidades. O problema foi dividido entre a eficácia e a segurança lá atrás.
Sobre a eficácia, convém não dramatizar porque se o Sporting teve oportunidades, o Paços não as teve menos. Mas é verdade que, com ela, tudo podia ter sido diferente. Resta-nos a segurança, e é aqui que chegamos à linha defensiva.
Não foi mal único, houve abordagens individuais erradas também, mas foi, como é, o mais crónico dos erros da interpretação do modelo. A equipa não consegue subir e manter-se alta no campo e sempre que tem de lidar com uma situação de transição aumenta vertiginosamente o seu espaço entre linhas, dando campo de ataque ao adversário e retirando tempo à sua própria recuperação colectiva. Um problema, está mais do que visto, e um problema que tem raízes no passado, e nas rotinas completamente diferentes da equipa com Paulo Bento.
Fora estes pontos, e ainda no Sporting, podemos depois discutir opções como a mudança de sistema ao intervalo, que claramente não produziu resultados. Podemos alongar-nos até a um campo mais filosófico sobre se é bom variar tanto de figurino, ou se o melhor é manter o sistema e optimizar as suas dinâmicas. Já sabem que sou adepto da segunda vertente, mas o que realmente me parece é que o sistema é uma discussão inútil no meio de outros pontos mais relevantes para a optimização do modelo. Se o Sporting e Paulo Sérgio não o perceberem e se insistirem nas oscilações entre 4-4-2 e 4-3-3, pouco ou nada irá mudar.
Sobre o Paços, o maior elogio que faço vai para a consciência do que se pode e do que se deve fazer. Não é a fórmula que mais admiro, mas prefiro largamente a humildade à presunção.
(estatística individual e vídeo na II Parte da análise)