13.5.10

As lições da Liga Europa, de Quique e do Atlético

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Quer o clube, quer o treinador são perfeitamente indiferentes a este efeito, com epicentro especifico em terras portuguesas. O treinador saiu de Portugal sob um enorme descrédito, agudizado pelos feitos do seu sucessor. A equipa, também por cá, se mergulhou numa exageradissima desvalorização, especialmente depois dos mal sucedidos duelos com o Porto. À luz de tudo isto, juntar Quique e Atlético só poderia rotundar em catástrofe. É por isso que o culminar triunfante do trajecto que Atlético e Quique partilharam, deve deixar muita gente confundida com a sua própria ignorância. Ou pelo menos devia.


Responsável, sim, incompetente, jamais
Foi Quique incompreendido em Portugal? A resposta é não. Teve todas as condições para ter sucesso, e se não o teve, deve sobretudo a si mesmo essa responsabilidade. Será então Quique um treinador incompetente? O raciocínio fácil, e generalizado, apontaria para um “sim” como resposta. Mas as coisas, no futebol como na vida, não são preto ou branco. O que se passou com Quique foi que entrou numa das ligas onde é mais difícil ter sucesso no mundo. Não é a primeira vez que digo isto – já o digo há muitos anos – mas talvez agora faça mais sentido. Em Portugal há um nível táctico muito elevado, especialmente nas equipas de topo, e é essa a razão que torna muito difícil o sucesso de qualquer treinador estrangeiro no nosso campeonato. Sobretudo no primeiro ano. Mas Quique não é um treinador inferior à generalidade dos treinadores espanhóis. Será mesmo dos melhores da actualidade.


O absurdo da “final antecipada”
Um dos maiores absurdos que ouvi esta época aconteceu nos quartos de final da Liga Europa. Repetidamente se opinou que entre Liverpool e Benfica se jogaria uma “final antecipada” e que quem passasse tinha abertas as portas da final. Ignorância. Perdoem-me a rudeza, mas não há outra palavra. Primeiro pela própria natureza da prova e da fase da época em que se disputa. Isso bastaria para o disparate, mas não é disso que quero falar. Valência e Atlético de Madrid – o duelo de que resultaria o adversário de Liverpool ou Benfica na meia final – têm potencial individual superior a qualquer equipa portuguesa da actualidade. Talvez não tacticamente, talvez não colectivamente, mas em termos individuais... seguramente. Liverpool ou Benfica seriam favoritos marginais, pode admitir-se, mas qualquer coisa para além disso é simplesmente absurdo.


A lição mais comum
É curioso como esta prova tem dado algumas lições aos portugueses. No ano passado, por exemplo, foi preciso ver o Shakhtar triunfar para se perceber que aquela equipa que havia jogado 4 vezes perante portugueses em tempos recentes possuía uma enorme qualidade individual. Talvez a maior de todas as lições, porém, seja aquela que se verifica quase todos os anos. Ou seja, a importância de se dar privilégio a esta prova na sua recta final. Sem isso, o sucesso é altamente improvável.
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