“Perguntaram-me qual o meu segredo. Em cada momento tenho sabido escolher os melhores jogadores, os melhores treinadores, os melhores dirigentes e às vezes lá vai uma sobra lá para baixo” (Pinto da Costa, 15-05-2009)
Não poderia ter ficado mais surpreendido quando, há um ano, me confrontei com esta declaração. Surpreendido pela lucidez que entendi nas palavras do Presidente portista. O segredo de “saber escolher” como arma fundamental para o sucesso é algo que há muito venho defendendo. Quanto a esta parte, porém, não há nada de invulgar na clarividência de Pinto da Costa. O que realmente me espantou foi a referência à “sobra lá para baixo”. É que se é raro ver alguém assumir os erros das suas opções, muito mais é assistir-se a uma antecipação dos mesmos. E é isso que entendi – e entendo – nestas palavras: a antecipação, lúcida, de uma “jogada perdida”.
Talvez a circunstância e o público alvo justificassem o termo, mas ninguém escolhe falar de “sobras” num discurso. Se lá estava a “sobra” era porque era bem mais do que isso. A outra coisa evidente é que estamos a falar de Jorge Jesus, entretanto a caminho do Benfica. Contratar Jesus pareceu-me sempre ser a “jogada” óbvia para alguém com tanta experiência como Pinto da Costa. Por isso o antecipei ainda com a época 08/09 em curso e por isso me surpreendi tanto pela sua não concretização.
Não contratar Jesus foi uma “jogada perdida”. Porquê? Talvez venha a falar de Jesualdo com mais detalhe em breve, mas nada tem a ver com o ainda treinador portista. Realmente, não dou sequer por adquirido que Jesus conseguisse fazer melhor do que Jesualdo. O erro esteve, isso sim, na oportunidade concedida a um concorrente. Não contratar Jesus foi permitir que este fosse para o Benfica e, como se provou, permitir que na Luz renascesse um concorrente muito mais forte à hegemonia portista.
Agora, será um pouco como nas cartas. Estamos na jogada seguinte e é de novo Pinto da Costa a ter a voz. Uma coisa é certa, porém: a “jogada perdida” já não pode ser alterada e se isso não estiver bem claro na hora da decisão, então estaremos mais próximos de um segundo erro.
Não contratar Jesus foi uma “jogada perdida”. Porquê? Talvez venha a falar de Jesualdo com mais detalhe em breve, mas nada tem a ver com o ainda treinador portista. Realmente, não dou sequer por adquirido que Jesus conseguisse fazer melhor do que Jesualdo. O erro esteve, isso sim, na oportunidade concedida a um concorrente. Não contratar Jesus foi permitir que este fosse para o Benfica e, como se provou, permitir que na Luz renascesse um concorrente muito mais forte à hegemonia portista.
Agora, será um pouco como nas cartas. Estamos na jogada seguinte e é de novo Pinto da Costa a ter a voz. Uma coisa é certa, porém: a “jogada perdida” já não pode ser alterada e se isso não estiver bem claro na hora da decisão, então estaremos mais próximos de um segundo erro.