25.5.10

Inter - Bayern: A final em números

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A bola ou o espaço? Talvez este seja o grande dilema de uma qualquer estratégia. Ter a bola implica poder atacar mais, mas ter mais espaço implica atacar melhor. Da final não esperava outra coisa que não fosse a importância do detalhe sobre o domínio. Assim foi. Mais surpreendente, porém, terá sido a forma clara como as estratégias se radicalizaram. Bola para o Bayern, espaço para o Inter. A vitória do Inter não era – de forma nenhuma – inevitável, mas terá ficado mais próxima pela forma algo “naive” como o Bayern se expôs no campo. Foi isso que vimos e é isso que encontramos, também, nos números. É claro que para explicar a história do jogo não se pode evitar um nome: Diego Milito!

“Domínio consentido”, por José Mourinho
É uma expressão vulgarmente repetida no futebol, mas nem sempre com a mais correcta das aplicabilidades. Realmente, não será muito fácil encontrar um exemplo tão claro do que é “domínio consentido” como aquele que tivemos na final de Madrid. E não foi preciso esperar pelo primeiro golo. O Inter consentiu, de facto, o domínio ao Bayern e os alemães tiveram uma enorme superioridade ao nível do passe e da respectiva percentagem. O que se observa, porém, é que essa superioridade apenas acontece nos jogadores que participam na primeira fase ofensiva. Mais à frente, os avançados participaram mesmo menos do que os do Inter e tiveram percentagens de passe igualmente inferiores. Se juntarmos a isto, o maior número de desequilíbrios ofensivos, então temos verdadeiramente um exemplo de “domínio consentido”.

Milito: O “Príncipe” foi Rei absolutista
Nem era preciso recorrer aos golos. Milito foi peça fundamental da estratégia do Inter, o porquê de ser mais importante ter o espaço do que a bola. De facto, embora isolado na frente, Milito teve uma participação muito considerável e bem superior a qualquer avançado do Bayern. Isto, apesar da diferença de participação colectiva ser quase escandalosamente favorável aos bávaros. Mas mais do que a participação, Milito tem a seu favor a qualidade incrível das suas intervenções. Participou em todos os desequilíbrios ofensivos da sua equipa, não acumulou qualquer perda de bola e teve uma eficácia de passe superior à média da equipa. Isto – e reforço a ideia – apesar de jogar sozinho na frente.



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