4.5.10

Porto - Benfica: estatística individual

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A espantosa jogada com que Belluschi sentenciou o clássico justifica todas as repetições. O que não mostra é a totalidade do impacto do argentino no jogo. De facto, Belluschi merece a distinção de melhor em campo, não só pelo soberbo momento de inspiração (que já se esperava há algum tempo!), mas pelo trabalho que foi desempenhando ao longo do jogo. Em particular na segunda parte, o ex-River Plate apareceu como nunca, participando em quase todos os desequilíbrios ofensivos da equipa e – talvez mais surpreendente – contabilizando um número de intercepções muito elevado, apenas superado por Álvaro Pereira e Fernando entre os dragões. Aqui ficam outros destaques.

A sintomática importância das intercepções
Será o dado mais relevante entre as estatísticas colectivas: o elevado número de intercepções. Em grande parte tal se deve à característica do jogo depois da expulsão, com o Porto mais baixo e o Benfica a correr uma maior dose de risco nas suas iniciativas. Por outro lado, porém, esta era já uma tendência que vinha de trás, explicando-se pela dificuldade que ambas as equipas sentiram em soltar-se do pressing contrário. Aqui, e como realcei na análise de ontem, o Benfica foi quem esteve sempre melhor. Conseguindo melhor circulação, mais passes e maior volume de jogo. Mesmo antes da saída prematura de Fucile.

Os mais interventivos: A importância do 10 e dos laterais
Começando pela posição 10 do modelo encarnado. Desde o inicio da época que venho reforçando a importância desta posição no modelo por ser aquela que mais influência tem no jogo da equipa. Ora bem, os números dizem isso mesmo. Carlos Martins foi o jogador que mais intervenções (passes, intercepções e remates) teve durante a sua passagem pelo jogo e, depois da sua entrada, Aimar passou a ser ele próprio o jogador mais influente. Aqui se percebe facilmente o quão importante pode ser o jogador que Jesus escolhe para esta posição e a diferença que podem dar Carlos Martins e Aimar nesse papel. Algo que o treinador não pareceu valorizar pelos magros minutos que deu ao argentino.

Ainda neste campo, destaque para Fábio Coentrão, um jogador que confirma a sua invulgar capacidade de recuperação, sendo aquele que mais intercepções acumulou em todo o jogo. Aqui, há que contar com a estratégia (falhada, diga-se) de Jesualdo em encostar Hulk ao vilacondense, forçando vários duelos, dos quais Hulk saiu maioritariamente a perder.

Mas se Coentrão foi o mais interventivo em todo o jogo, Maxi não andou longe. Do outro lado, e para confirmar a importância dos laterais, também foi o lateral esquerdo o mais interventivo. Álvaro Pereira. Claramente, nos laterais de ambas as equipas está tudo menos um pormenor do jogo colectivo.

A "ausência" de Cardozo
Outra das grandes notas do jogo é a limitadíssima participação de Cardozo. Algo que já vem de trás e que contrasta com Saviola. Aliás, o argentino teve sensivelmente o dobro da participação do 7 enquanto esteve em campo. Esta característica retira a Cardozo uma maior utilidade no jogo colectivo, apesar de todos os golos que vem marcando.

Já agora, e num caso idêntico, Farias também é conhecido por esta faceta pouco interventiva. Confirmou-o na primeira parte, sendo o jogador menos presente e acabou por ser vitima da situação de jogo no momento em que havia despertado para o jogo. Não só pelo golo, mas por uma entrada no segundo tempo que foi incomparavelmente mais cooperante com os interesses da equipa.

Hulk e Di Maria, os desequilibradores... mas pouco
Di Maria chegou a prometer, com um remate brilhante à barra e até realizou uma primeira parte de bom nível. A segunda, porém, foi de total desacerto. Menos interventivo e, sobretudo, muito mais errático. Essa foi uma das chaves do jogo, coincidindo com a explosão de Belluschi e é também uma contribuição para a ideia de que Di Maria está ainda longe de ter a consistência de um jogador do mais alto calibre.

Não exactamente igual, mas num registo semelhante esteve Hulk. Encostado à direita ao contrário do que vem acontecendo na nova estrutura, tinha o objectivo de “caçar” Coentrão. A verdade é que Hulk acabou... “caçado”. Sempre demasiado ansioso por desequilibrar, Hulk acabou por não o fazer em todo o jogo, mesmo quando este se partiu e criou condições ideais para si. Uma tendência que se repete com demasiada frequência e que urge ser trabalhada sob pena do seu enorme potencial passar verdadeiramente ao lado de um aproveitamento ideal.



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