Nas sempre discutidas opções iniciais, parece-me muito claro qual o critério de Jesualdo. Aparentemente agradado com o final da partida em Londres, o treinador deu continuidade ao onze que terminou aquela partida. Se esse foi o critério, não me parece muito lógico. Porque cada jogo é diferente e, mais ainda, porque o final dos jogos são marcados por condicionantes diferentes das fases iniciais. Enfim... é sempre um assunto muito discutido mas, na minha opinião, está longe de ser o fundamental.
O jogo foi, até ao golo de Alan, bastante “encaixado”. Um termo pouco simpático, talvez, mas que reflecte bem as dificuldades que os dois conjuntos sentiram para criar desequilíbrios. Aqui, importa distinguir a primeira da segunda parte. Na primeira, o Porto foi tacticamente melhor. Levou vantagem em diversas ocasiões e foi objectivamente mais perigoso. Não teve eficácia, é certo, mas esse não é o principal ponto a realçar. O que mais marcou esse período foi a incapacidade que a equipa teve para tirar melhor partido dessa superioridade. Tudo devido à pouca qualidade revelada no último terço, com acções demasiado orientadas para desequilíbrios individuais e pouco capazes de promover movimentações colectivas que fossem mais incisivas sobre os espaços existentes. E, assim, houve bem menos oportunidades do que poderia ter acontecido.
Na segunda parte, um Braga diferente, mais agressivo, mais rápido a reagir, ganhou uma superioridade territorial que não havia conseguido nos primeiros 45 minutos. Jesualdo tentou mexer e dar mais força e capacidade de transporte às transições, colocando Rodriguez. Nunca saberemos se a alteração produziria resultados porque, logo a seguir, Alan cruzou para a baliza de Helton e, claro, o jogo mudou de coordenadas.
Braga, um candidato a... candidato
Já o tinha referido depois do jogo de Alvalade e repeti-o agora. Este Braga não tem a mesma qualidade daquele que vimos no ano anterior. E não é pelas 5 fantásticas vitórias que esta ideia muda. Num 4-4-2 clássico algo surpreendente, Domingos montou uma equipa bem organizada, mas ainda longe de um nível óptimo. Viana é sempre que possível a referência para a construção, seguindo as jogadas, ou de forma mais larga para Alan sobre a direita, ou mais apoiada pelo corredor esquerdo onde existe uma boa dinâmica entre Mossoró e Paulo César. O problema é que a equipa perde alguma agressividade no pressing e, também, fica por vezes algo vulnerável na zona central por aí ter apenas 2 jogadores.
A qualidade, no entanto, é bem acima do nível médio da liga e, vendo bem as coisas, esta equipa já esteve bem mais longe de poder equacionar uma ameaça aos “grandes”. São 5 vitórias que “despacham” Sporting, Porto e Marítimo nos Barreiros. Para além disso, não há Europa pelo que a focalização será total na Liga. Se o Guimarães andou por onde andou há 2 anos, é perfeitamente possível este Braga sonhar com vôos ainda mais altos...
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