Varela – No golo do Porto, o segundo, importa destacar alguns pontos. Primeiro, a qualidade de Meireles, inteligentemente criando um desequilíbrio individual no meio campo. Depois, o papel de Falcao. Não apenas a assistência, mas o facto de baixar para zonas interiores, atraindo os centrais para dentro e criando condições para haver mais espaço nas costas e na zona central da defesa. O espaço que Varela aproveitou. Mas há, também, alguns pormenores negativos, do lado da Naval, a salientar. Primeiro, a saída à queima de Gomis (um jogador a rever apesar de tudo) que, perdendo completamente o lance, deixa Diego Angelo completamente só no centro e ainda com Falcao pela frente. Outro aspecto evidente é a abertura da defesa. Um erro recorrente sempre que um central sai da sua posição. Os laterais devem fechar junto da zona central e não permanecer abertos. As referências individuais falaram, de novo, mais alto e tudo ficou mais fácil para o ataque portista.
Rolando – Na análise ao jogo falei dos problemas do pressing do Porto e da excessiva facilidade que a Naval teve para jogar. Não é, nem de perto, caso único, mas o lance do golo é, também, um exemplo disso mesmo. Em organização ofensiva, a Naval aproveita os problemas portistas e facilmente consegue abrir um espaço para que a sua primeira fase de construção possa, não só pensar o primeiro passe, mas mesmo entrar com bola pelo bloco portista. A bola entra facilmente na ala e o cruzamento muito provável, acabando o lance a ser decidido no coração da área. O que não convém. Foram vários, e demasiados, os cruzamentos da Naval e isso tem de ser corrigido. Uma nota sobre um aspecto também visivel no lance: a distância de Falcao para a linha média que permanece passiva, baixando a equipa no terreno.
Yontcha – O Belenenses tem algumas características interessantes, como a preferência que dá à posse de bola, mesmo em zonas baixas. Há ainda vários problemas que distanciam esta equipa de um rendimento ideal, destacando eu a dificuldade com que a equipa tem em subir o seu bloco, jogando demasiado baixo, demasiado tempo. Mas o ponto que pretendo focar tem a ver com o canto que resultou no golo do empate parcial. Uma solução inteligente e simples para ultrapassar uma defesa que, como a maioria, defende zonalmente estes lances. Com apenas 4 homens na área, o Belenenses consegue isolar... 2! O canto curto é solução recorrente neste tipo de situações, mas, neste caso, o objectivo desta opção foi diferente do habitual...
Thiago Motta – Um espectáculo o primeiro golo do Inter! Para quem não percebe o que podem dar Milito e Eto’o em vez de Ibrahimovic, tem aqui um bom exemplo. Mobilidade, repentismo e imprevisibilidade. Tudo isto, claro, numa óptica colectiva e, por isso, a importância de ter também seguimento dado pelos jogadores que partem de posições exteriores. O desequilíbrio, neste caso, é criado do lado esquerdo da defesa do Milan, entre o central e o lateral. A causa é simples. A bola entra na direita do ataque do Inter e, por isso, o lateral vem para uma zona exterior. O problema é que muito rapidamente a bola parte para uma zona central, acabando por não haver um ajustamento posicional adequado ao caminho que a jogada levou. O erro é fácil de identificar mas, na verdade, a qualidade da jogada é enorme, sendo muito difícil que uma defesa consiga reagir tão rapidamente em termos posicionais. O melhor mesmo é desfrutar...
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