14.9.09

Belenenses – Benfica: A moda de golear

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Deve ser confuso para os adeptos do Benfica, depois de tanto tempo em que ganhar era tão difícil, assistir agora a vitórias tão fáceis, acrescidas de goleadas consecutivas. Afinal, ganhar é fácil? Torna-se, de facto, fácil quando se junta eficácia à qualidade. Foi assim no Restelo com o Benfica. Ganhar, pode, como pôde, tornar-se fácil. Mas não é fácil.

O efeito do rasgo de Saviola
O Benfica actual já era suficientemente difícil para o Belenenses. A ganhar, então, tornou-se praticamente inultrapassável. À qualidade retirou-se o catalisador de erros que é a ansiedade e o Benfica pode, assim, dominar por completo o jogo sem ter estar obcecado pelo golo. Por isso na primeira parte houve bem mais domínio que oportunidades.
O domínio explica-se por 2 motivos. O primeiro tem a ver com a pressão, que condicionou sempre a posse do Belenenses e, praticamente, o impediu de jogar. O segundo com a capacidade que a equipa teve em posse. Foi sempre paciente na escolha do flanco por onde entrar e quase sempre que o fez, conseguiu ter sucesso. Deste registo até ao segundo golo seria uma questão de tempo, não era necessário forçar em demasia. E foi isso que aconteceu.


Algumas notas
Na primeira parte foi notória a preferência pelo flanco direito. Não é por acaso. Era por lá que caía Saviola. Esta constatação leva-nos a uma outra e que tem a ver com a assimetria do ataque do Benfica. Cardozo tem um comportamento radicalmente diferente de Saviola, não dando tanta ligação ao jogo e tornando-o sempre orientado para o sitio onde está o argentino. Cardozo é um jogador com atributos invulgares, estou farto de o dizer, mas também é evidente que não é o “protótipo” que mais serve a fluidez deste modelo.
Um pormenor interessante no jogo do Benfica foi a ligação de corredores na primeira fase de construção. Isto é, a forma como a equipa facilmente fez a bola circular de um flanco para o outro no inicio dos seus ataques, buscando o melhor flanco por onde entrar. Isto deveu-se em muito à permissividade do Belenenses. Para pressionar bem convém orientar o jogo do adversário para o “caminho” que nos interessa. Foi isso que o Benfica conseguiu evitar.
O Belenenses é uma equipa curiosa. Procura, de forma invulgar para a liga, jogar sempre. Mesmo a partir de posições muito baixas. Isso contra o Benfica foi um problema. O pressing condicionou em demasia essa opção que, embora não tenha tido demasiadas perdas comprometedoras, acabou por não se revelar a melhor para conseguir jogar. Ainda sobre o Belenenses, seria interessante ver esta equipa ser capaz de jogar alguns metros à frente do que faz...



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