25.4.08

Taça Uefa: As primeiras meias finais

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Rangers 0-0 Fiorentina
(Resumo)

Foi um jogo à imagem do que se havia visto quando Ibrox recebeu o Sporting. A estratégia do erro mínimo voltou a ditar lei na formação de Walter Smith, mas desta vez com algumas ausências que condicionaram (ainda mais) a qualidade do jogo escocês. Começando pelo guarda redes, McGregor, passando pelos médios McCulloch e Thomson, mas tendo em Barry Ferguson a maior dor de cabeça. É que o capitão está para este Rangers europeu como Gerrard está para o Liverpool (salvaguardando as devidas diferenças). Ferguson faz a ponte entre o meio campo e o homem mais adiantado, sendo igualmente responsável por grande parte da qualidade da posse de bola da equipa. O que se viu do Rangers foi, por isso, mais do mesmo, só que com menos qualidade ao nível da posse, acabando a equipa por recorrer mais frequentemente do que desejaria ao jogo directo.

Na Fiorentina, o Rangers teve um adversário diferente do Sporting em alguns aspectos. Menos forte no jogo de posse de bola, com menos apoios curtos, mas com maior capacidade de,ofensivamente, ter uma progressão mais vertical. De resto, Prandelli apresentou-se num 4-3-3 assimétrico. Do lado direito Santana com mais presença junto à faixa, do outro lado surge a imprevisibilidade da equipa: Mutu. O romeno, estrela da companhia, tem uma variedade notável de movimentos, podendo aparecer nas costas do “pivot”, Pazzini, em combinação no espaço interior, ou mais junto à linha. Isto significava que Gobbi tinha mais responsabilidades de dar profundidade à ala, perante a mobilidade de Mutu nos espaços interiores. No meio campo, o “pivot” defensivo, Liverani, e dois médios que pouco mais serviram do que para oferecer apoios à posse de bola e manter equilíbrios num jogo demasiado fechado para outras aventuras ofensivas. Na Fiorentina, nota para alguns jovens de grande qualidade. No meio campo, o futuro está no Sérvio Kuzmanovic (20 anos) e na promessa do futebol italiano Montolivo (joga na Série A desde os 18 e foi o jovem do ano em 2007. Tem 23 anos). Na frente um jogador que aprecio, Pazzini. Completo, interpreta bem a qualidade da escola transalpina de pontas de lança. Tem 23 anos e já aqui o havia destacado, após o hat-trick em Wembley. É capaz de oferecer ao seu treinador a possibilidade de optar por várias formas de actuar, podendo jogar como “pivot”, ou homem mais móvel, mantendo as capacidades finalizadoras. Tem, obviamente, ainda que evoluir.

Sobre o jogo, dizer que houve poucos riscos, poucos erros e, por isso, pouca emoção. Melhor os “viola” no primeiro tempo, mais determinados os escoceses no segundo. O nulo era, no entanto e passe o exagero, o único resultado possível.

Curioso é também como o Rangers conseguiu fazer do 0-0 em casa um resultado positivo. Se for preciso, basta recorrer à estatistica para perceber como esse é um resultado que, no minímo, mantém as probabilidades de sucesso. Ainda assim, os escoceses sabem que em Itália terão o regresso dos ausentes deste primeiro jogo, podendo dar mais qualidade à sua posse de bola passiva. Depois, quem sabe, não surge um golito (neste aspecto, Liverani ter-se-á tornado numa das esperanças escocesas após algumas precipitações em posse de bola) ?

Apesar de não revelarem superioridade sobre os seus adversários, os escoceses estão a 90 minutos de uma improvável final europeia, podendo este ser um ponto marcante na forma como se encaram as nuances tácticas na ainda muito “britânica” liga escocesa.

Bayern 1-1 Zenit
(Resumo)

Não vi este jogo, apenas o resumo, ficando a ideia de um empate que poderia ter tido outro desfecho, dadas as oportunidades de ambos os conjuntos. Do lado do Zenit, impressionante a forma como conseguiu criar desequilíbrios em construção, apelando aos movimentos de 3 homens que revelaram grande qualidade: Pogrebnyak, Arshavin (a estrela que vai perder a segunda meia final) e Fayzulin (o menos conhecido, mas mais impressionante dos 3 – tem apenas 22 anos).
Grande jogo em perspectiva para São Petersburgo e esse eu não vou perder!

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