- Em primeiro lugar, parece-me, convém referir que o estado anímico dos jogadores pode ser influenciado pelo que acontecerá Sábado no Bessa. Neste aspecto o Sporting tem mais a perder. É que em Alvalade há mais expectativas no que respeita ao título e uma vitória (previsível, diga-se) portista pode constituir-se num primeiro revés, antes mesmo do apito inicial para o Derbi. Por aqui se explicarão as afirmações de Paulo Bento que, antes da partida, apontou baterias para o segundo lugar, lançando o empate como um bom resultado. O técnico leonino quererá, sobretudo, que os seus jogadores não fiquem emocionalmente reféns do que se passar no outro Derbi da jornada.
- No que respeita ao jogo, não prevejo estratégias que se desviem daquilo que são os princípios dos respectivos técnicos. O jogo terá na luta do meio-campo o epicentro da decisão. O Benfica tentará ser dominador, utilizando a agressividade e a pressão no momento da perda de bola para se manter constantemente no meio-campo adversário. O Sporting será, também ele, fiel aos seus principios. Com um bloco zonal bem mecanizado, procurará ser dominador como foi no Dragão. Colocando mais gente na zona da bola (os tais movimentos basculantes do meio campo) e usando as zonas laterais – sobretudo a esquerda – para progredir em apoio.
- A necessidade do domínio? Eu explico. Se o Benfica não o conseguir, verá o Sporting jogar próximo da sua zona de área, o que se torna numa ameaça evidente para uma equipa que tem no seu último reduto um ponto fraco. Se, por outro lado, for o Sporting a perder o domínio, então o Benfica pode ser dificil de segurar, tendo em conta o elevado número de jogadores que coloca nas suas acções ofensivas. Há ainda um outro aspecto, é que o Sporting não se tem revelado forte a jogar em transição (apesar de melhorias nos últimos tempos), o que pode significar o sufoco em caso, mais uma vez, de perda da luta a meio-campo.
- Num jogo que, dado o equilíbrio à partida, pode ser decidido nos pormenores, aqui ficam potenciais vantagens de ambas as equipas: Do lado verde-e-branco, a mobilidade do ataque (Liedson e Djaló aparecem muitas vezes vindos de trás) pode tornar-se um tormento para uma defesa que se revelado posicionalmente débil. Do outro lado, as bolas paradas. Mesmo sem Luisão, o Benfica parece-me estar uns furos acima do seu rival, particularmente no capítulo ofensivo desta área do jogo.