21.9.09

Leiria - Benfica: O outro Benfica também ganha

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Depois das goleadas o Benfica regressou à outra face. Aquela revelada há umas semanas em Guimarães e que, apesar do domínio, mostrara uma equipa com muita dificuldade em ser perigosa. Foi de novo assim em Leiria e, tal como dessa vez no Minho, o resultado foi a parte mais simpática do jogo, surgindo tardiamente e numa fase em que já parecia difícil que tal pudesse acontecer. De facto, foram mesmo raras as ocasiões encarnadas antes do 1-2 e isso dá toda a legitimidade para que os de Leiria possam sentir alguma frustração pelo destino que tiveram. Isto, apesar de todo o inegável domínio encarnado.

O que a bola parada deu, a bola parada tirou. Foi assim na madrugada do jogo. 1-1 sem que alguma das equipas tivesse feito por merecer algum dos golos. O Leiria teve, notoriamente, uma estratégia estudada e especifica, assumindo o domínio encarnado como algo provável, mas não dando grandes condições para que este fosse expressado em transição. O que facilita. Ao contrário do Belenenses, foi uma equipa que procurou pressionar e perturbar a posse encarnada desde cedo, mesmo que muitas vezes não o tenha conseguido. Principalmente na primeira parte, onde o Benfica foi muito forte, muito dominador. Ainda que sem grandes ocasiões. Na segunda, as coisas foram ligeiramente diferentes... O Benfica sentiu mais dificuldades e o Leiria foi capaz de manter o jogo mais tempo, mais longe da sua área. Menos dominador, o Benfica começou também a perder algum controlo pontual sobre a transição defensiva e foi mesmo o Leiria quem falhou clamorosamente a melhor ocasião do jogo. Como, em todo este cenário, uma jogava bastava, diria que o jogo quase poderia ter acabado quando Aimar conseguiu o desequilíbrio determinante para a sentença do jogo.

No Benfica, a mesma intensidade, o mesmo domínio, fruto da habitual dinâmica com bola e da fortíssima transição defensiva, que impedia o Leiria de jogar. Mas menos qualidade. Saviola não apareceu na criação e isso retirou capacidade ao futebol ofensivo encarnado, que abusou de jogadas por uma zona central altamente povoada. A excepção foi Aimar, sempre muito hábil a encontrar soluções de passe no último terço e a grande fonte de desequilíbrio. E seria mesmo o 10 a ser determinante na jogada decisiva.

O Leiria ameaça ser mesmo um osso duro de roer. Equipa agressiva e com boa ocupação de espaços na zona mais recuada. Não conseguiu condicionar a posse do Benfica com frequência e teve dificuldades em soltar-se em transição. Mas soube evitar cometer erros comprometedores em posse e ter o discernimento de manter a segurança e rigor defensivo como prioridades máximas. Diego Gaucho, André Santos, Pateiro, Silas e Carlão são jogadores com qualidade suficiente para ter grande impacto nesta liga...

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