5.1.09

Trofense - Benfica: "La Pesadilla" do Golias

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Pesadelo – Aquilo que Quique chamou de pesadelo até podia ter sido diferente caso o Benfica tivesse aproveitado as, poucas mas boas, oportunidades que teve. É verdade. No entanto, aquilo que se viu foi de facto fraco. O Trofense percebeu bem a importância de perturbar a construção do Benfica e isso conduziu a um jogo com muitas dificuldades de ligação entre sectores dos encarnados. O tempo e a ineficácia em 2 boas oportunidades acabaram por dar depois ao Trofense a confiança para ir crescendo no jogo, equilibrando-o primeiro, e aproveitando, depois, algumas dificuldades defensivas que se reconhecem ao Benfica. O golo, esse, chegaria através de um duplo erro individual que proporcionou à equipa da Trofa aproveitar o adiantamento do adversário na sequência de um lance de bola parada. Primeiro, uma displicência tremenda de Di Maria (será mesmo verdade o que se vai por aí escrevendo?!) e, depois, uma abordagem menos conseguida por Moreira (lembro-me bem o que disse do afastamento de Quim). A segunda parte trouxe uma alteração táctica para o losango que, no caso do Benfica, dada a operacionalização quase inexistente, me parece mais um acto de fé do que qualquer outra coisa. A expulsão complicou o que já era difícil e, mesmo reagindo bem a essa inferioridade numérica, o Benfica não foi capaz de evitar a factura dos riscos em que incorreu.

Modelo tipo “Uniforme” – Quando se projecta um jogo deste Benfica sem Reyes e Katsouranis só se pode pensar que tudo é possível. Não que o Benfica não tenha mais soluções de qualidade, mas porque estes jogadores vêm sendo 2 individualidades que conseguem corrigir ou atenuar problemas colectivos de um modelo que não evolui desde o inicio da época. É um modelo que pode ser encontrado em vários (se calhar a maioria) dos treinadores espanhóis e se calhar é essa característica generalista que faz com que não se façam ajustamentos tácticos às necessidades especificas do Benfica. Não tem a ver com esta derrota, e até há exemplos de sucesso, mas confesso que a ideia de um modelo de jogo tipo “uniforme” é coisa que não me agrada e na qual não acredito.

Desafio mental – Com a derrota na Grécia o Benfica iniciou um ciclo negativo em que conta apenas uma vitória (o 0-6 do Funchal) em 7 jogos. Foram 7 partidas onde se perderam a Taça Uefa, a Taça de Portugal e, agora, a liderança do campeonato. Não é liquido que esta seja uma consequência da reacção psicológica à goleada frente ao Olimpiacos, mas este pode ser um pronúncio preocupante para o que se avizinha. Pela frente o Benfica tem um mês de Janeiro em que terá de reagir bem mentalmente aos resultados negativos sob pena de entrar no Dragão, a 8 de Fevereiro, com uma pressão altamente indesejável.

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