29.1.09

Porto - Leixões: Em frente, mas sem facilidades

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Bom Jogo – Um pequeno passo atrás no tempo até ao duelo entre os 2 conjuntos para o campeonato, leva-nos a um começo de jogo completamente contrastante com o que aconteceu agora, no mesmo palco, com os mesmos intervenientes. Goste-se ou não dessa realidade, no futebol para se ganhar também é preciso ter felicidade e, tal como essa noite sucedera com o Leixões, desta vez foi o Porto que a teve, na forma fácil como chegou à vantagem. Esse, provar-se-ia, foi um momento muito importante para um jogo muito interessante, mas também equilibrado e dividido, sem que os portistas tivessem conseguido controlar propriamente o adversário, ou, eles próprios, conseguido um ascendente ofensivo significativo. Tudo isto, claro, durante 80 minutos, porque quando José Mota fez de adepto e colocou Sandro na frente, perdeu o meio campo e, logo aí, quaisquer hipóteses que ainda lhe restavam para discutir o jogo.

Porto – O Porto vem assumindo um perfil de jogo que me cria alguma incerteza. Por um lado a equipa vem conseguindo resolver muitos jogos de maior grau de dificuldade, essencialmente pela explosividade que tem no seu ataque. Por outro, começa a ser característico assistir-se a uma enorme dificuldade em dominar os jogos com a mesma facilidade de épocas anteriores. Frente ao Leixões, mais uma vez (aconteceu não só em Braga mas, por exemplo, frente à Académica), houve enormes dificuldades em impedir períodos de tempo em que o Leixões teve continuamente a bola, empurrando o Porto para a sua área e conseguindo vários cruzamentos muito perigosos. Esta dificuldade foi mais notória na primeira parte, sendo corrigida com o tempo e sobretudo na segunda parte. A melhoria não esteve tanto na capacidade colectiva sem bola, antes sim na gestão que passou a fazer dos momentos em que teve a bola. Em particular, o recurso aos laterais e o apoio de Lucho a Fucile no inicio da segunda parte dificultaram a recuperação de bola do Leixões, estendendo o jogo com maior frequência até à área contrária.
Por fim 2 notas individuais. Primeiro para Lucho que permanece distante da inspiração do ano passado (tal como Lisandro) mas que volta a ter um papel muito relevante e útil no jogo com a colocação de Hulk sobre uma das alas. No lance do golo, foi fundamental o seu posicionamento. A outra nota vai para Hulk. Depois de tanto destaque e debate neste espaço e também de ter dito que fizera o seu melhor jogo em Braga, é justo dizer que frente ao Leixões esteve muito abaixo do exigível. Teve 1 ou outra arrancada com sucesso, mas no geral esteve desinspirado e, também, equivocado nas opções. Um exemplo que confirma a ideia que, se vem melhorando em jogos de mais espaço, há muito para fazer no que respeita a situações recorrentemente mais apertadas.

Leixões – O pós-Wesley marcará um período diferente, como se esperava. Para já, José Mota não desfez o papel estrategicamente relevante daquela posição, mas Chumbinho (esteve muito bem) não tem o mesmo perfil. Tecnicamente é excelente, mas não se torna num avançado (não ataca com a mesma qualidade as zonas de finalização) quando a equipa tem a bola nem tem a mesma capacidade no jogo aéreo. Este último aspecto, aliás, terá contribuído para o facto do Porto ter saído a jogar de quase todos os pontapés longos dos guarda redes. De resto, o Leixões permanece uma equipa muito lúcida em campo. Quer quanto às prioridades defensivas, quer quanto ao destino que dá à bola, destacando-se a qualidade técnica dos jogadores e a capacidade da equipa em encontrar boas situações para cruzar com perigo. O Porto sentiu muitas dificuldades no jogo, mas aqui dou muito mérito à qualidade do Leixões que permanece, sem dúvida, uma das equipas mais interessantes da Liga.

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