Em face da situação classificativa, seria de todo exagerado entrar em alarmismos em torno do empate cedido no Restelo. Ainda assim, os sinais deixados no jogo vêm reforçar a ideia de um problema que, não só teima em não ser ultrapassado, como ainda por cima parece ter vindo a acentuar-se com o tempo. Refiro-me às dificuldades ofensivas, aquilo que realmente desaconselha as hostes portistas a confiarem em demasiado no amortecimento do conforto pontual.
De facto, olhando ao percurso da equipa na Liga, é possível verificar uma dificuldade crescente na criação de ocasiões claras de golo, não tendo o Porto conseguido repetir os bons registos dos primeiros jogos. Há aqui uma atenuante importante para a maioria dos jogos e que tem a ver com o facto da equipa ter estado em vantagem durante grande parte do tempo, o que retira obviamente a necessidade de ser mais contundente em termos ofensivos. E é precisamente neste ponto que o jogo do Restelo deverá justificar mais apreensão, porque ao contrário de outras ocasiões, o Porto esteve muito pouco tempo em vantagem, sendo que a essa necessidade não correspondeu a produção ofensiva que se esperaria.
Há aqui que fazer novo destaque ao Belenenses, equipa cuja trajectória já havia destacado recentemente, aquando da apresentação dos dados estatísticos das equipas. De facto, e depois de também já ter realizado um bom jogo na Luz, a equipa do Restelo tem confirmado que o seu crescimento pontual é sustentado e não apenas fruto de uma fase mais feliz. E esta é, desta vez, a única atenuante para apatia do ataque azul e branco...