Começo por sublinhar que o título nem tem destinatário concreto, nem muito menos pretende ser insultuoso para quem quer que seja. A ideia é apenas recuperar a famosa frase de Bill Clinton, adaptando-a ao recente problema do Benfica.
Que há algo de estranho no registo defensivo do Benfica, já o percebemos há muito tempo. Particularmente, o problema da estrondosa eficácia dos seus adversários, é algo que já venho destacando desde a pré temporada. Recentemente, ganhou notoriedade o problema das bolas paradas, que como já escrevi estará possivelmente a ser sobrevalorizado. Uma análise comparativa com os rivais, aliás, desmente que o Benfica sofra proporcionalmente muito mais golos de bola parada do que Porto e Sporting. O problema, no caso do Benfica, está mais na forma como foi sucessivamente batido em pontapés de canto e de uma forma directa (isto é com finalização após o primeiro cruzamento), e não nas bolas paradas como um todo.
Mas, se nos distanciarmos da origem da jogada e nos concentrarmos apenas na origem da finalização, numa análise que separa remates, situações de 1x1 com o guarda-redes, cruzamentos e penáltis, aí sim chegamos a um valor verdadeiramente desproporcionado no registo defensivo do Benfica, quando comparado com os seus rivais. Os cruzamentos! 11 dos 15 golos tiveram origem em cruzamentos, sendo que aqui estão incluídos os 6 de bola parada. O que também emerge desta análise é o extraordinário aproveitamento dos adversários do Benfica quando conseguem finalizar por esta via. 11 das 16 ocasiões terminaram em golo, sendo que Artur apenas por 1 vez (frente ao Anderlecht) conseguiu impedir um golo numa ocasião clara finalizada após cruzamento. Se compararmos com os guarda-redes dos rivais, Patrício e Hélton já conseguiram 3 defesas cada, em ocasiões de golo finalizadas após cruzamento, sendo que ambos também partilham o número de golos sofridos por esta via, 4. Para concluir a análise, de referir que já na pré época, e nos 8 jogos analisados, o Benfica havia sofrido 8 dos 13 golos na sequência de cruzamentos. O que, tudo somado, talvez já seja mesmo demasiada coincidência...