23.3.12

A sina e o guarda redes

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Seria de esperar que o percurso ascensional do Braga nos últimos 10 anos lhe tivesse creditado mais finais no currículo. Já não digo títulos, embora também isso fosse provável, mas finais. Tem uma, por sinal a mais improvável, o que é muito pouco. Será sina? Há várias coisas cuja explicação nos escapa no futebol (e aí está, pelo menos para mim, o grande interesse deste jogo), mas este não é uma delas. Não há sina, nem explicação alguma, é apenas uma das hipóteses do destino. Ou seja, uma constatação factual sem causalidade que possa fazer antever repetições futuras. Porque, e muito embora sempre pareça, os factos não implicam forçosamente causalidade.

Não acreditando eu no determinismo do fado bracarense, há algo neste jogo que penso merecer reflexão. O Braga foi o mesmo dos últimos jogos, com um pouco menos de felicidade no inicio, mas suficientemente confiante para que um revés não beliscasse o seu potencial qualitativo. Assim, virou e poderia ter sentenciado a presença na tão desejada final. Se o tivesse feito, estaria aqui a dar maior ênfase ao facto de ser o Braga quem, nesta altura, resolve os seus jogos com mais ligeireza. Mas esse cenário não evitaria a mesma pergunta que deixo agora, porque é uma dúvida que tenho para mim em relação aos jogos decisivos que se aproximam: Revelando, jogo após jogo, condições para se equivaler em quase tudo aos rivais na luta pelo título, terá o Braga o que é preciso para se equivaler nos pormenores?

E aqui, vou aproveitar o erro de Quim (fazendo dele um pretexto, mas não uma motivação em si mesmo), para recordar a teoria de Artur Jorge e dos 6 pontos que valeria um bom guarda redes. Uma comparação implica sempre pelo menos duas avaliações, mas depois da observação mais detalhada que fiz aos guarda redes nesta temporada, há duas conclusões que retiro para mim: 1) Concordo com a grande importância dada por Artur Jorge na relação entre guarda redes e sucesso. 2) A dificuldade em encontrar um bom guarda redes tem muito mais a ver com a dificuldade que há em fazer uma avaliação correcta do desempenho deste tipo de jogadores, do que com a escassez de alternativas de qualidade.

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