12.3.12

Ao sétimo dia...

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O nível de detalhe da minha informação não vai tão longe, mas duvido que o Benfica tenha tido na Liga um período tão difícil como os primeiros 10 minutos da segunda parte. O jogo teve tudo para ficar, se não resolvido, pelo menos a bom caminho desse destino. Terá havido um efeito de deslumbramento do Paços, perdendo o foco naquela que seria a sua prioridade para a segunda parte? Certezas nunca as teremos, mas a brevidade com que todo o cenário se inverteu, dá pelo menos para especular sobre essa hipótese. De todo o modo, excelente período de jogo, especialmente pela velocidade e oscilação que atingiu. Mérito para o Paços (algumas exibições individuais muito boas), demérito para o Benfica (transição defensiva e concentração com bola). Não deixa de ser interessante que Jesus tenha abdicado de Saviola e Nolito numa altura em que precisava de dar a volta ao resultado. Escrevo "interessante", porque é um luxo fazê-lo sem ter necessariamente de perder capacidade de desequilíbrio. Enfim, uma coisa parece-me clara: se o Benfica chegar ao título, este vertiginoso inicio de segunda parte merecerá um lugar de destaque entre os momentos mais decisivos...

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Números uso muito, mas sobre numerologia não sei praticamente nada. Sei, no entanto, que 7 é um número especial para muita gente e que provavelmente Sá Pinto será uma dessas pessoas. Ora bem, ao sétimo jogo, Sá Pinto viu o seu Sporting, finalmente, atingir os patamares que o próprio certamente idealizou. Não chegou aos 7 golos, mas nem precisava de chegar tão perto, porque toda a exibição denotou desde cedo um nível qualitativo muito superior ao que até aqui se vira (e desconsidero aqui a exibição com o City, que teve um contexto diferente das outras). Ora, a não ser que haja mesmo alguém com fé na numerologia, não me parece fácil arranjar-se explicações para este súbito acréscimo de rendimento, especialmente no culminar de uma semana de grande sobrecarga competitiva e que começou como começou. Sem querer estar eu próprio a entrar em dimensões explicativas que considero absurdas, devo sublinhar a importância da qualidade individual de que o Sporting dispôs. E aqui faço uma distinção dos jogadores que decidem, dos que aproximam a equipa do golo. De forma clara e sem sofismas. O Sporting, na minha opinião, tem dois que seriam, com Matias, as suas principais mais valias a esse nível tão relevante para o sucesso: Izmailov e Jeffren. Julgo que a diferença que qualquer um dois faz nesta equipa está à vista de todos, mas a pergunta que eu penso que se deve fazer não tem a ver com o potencial, mas com a fiabilidade. Será que têm condições para competir de forma contínua ao longo de uma época? Talvez seja esta, de novo, uma pergunta essencial no planeamento da próxima época.

Já agora, em relação ao jogo, fica a nota para a utilização de Elias e Schaars no inicio de construção. Não sei se Sá Pinto o equacionou estrategicamente, mas este Vitória teria uma postura previsivelmente diferente do outro, de Setúbal, com que o Sporting se deu mal. Este iria tomar a iniciativa de subir para pressionar e não apenas de esperar para o fazer. Fá-lo em qualquer parte, e fá-lo-ia com enorme probabilidade também em Alvalade. Ou seja, para o Sporting era decisivo sair de forma útil da primeira linha de pressão, não apenas pela óbvia questão da segurança, mas porque depois seria muito mais fácil encontrar espaços. Elias e Schaars parecem-me ter sido importantes neste detalhe, Izmailov e Matias agradeceram.

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