15.3.12

Goleadas tangenciais

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Stamford Bridge pode não ser o palco que mais memórias guarda no que respeita à história das competições europeias. Nos últimos anos, porém, tem assumido um protagonismo especial a esse nível, e esta terá sido mais uma noite a contribuir para isso. Talvez a primeira desta edição da Champions, mas certamente que não a última. O jogo foi bom, pela emoção e pela divisão permanente do ascendente. O Chelsea terá sido mais forte, mais experiente, ou apenas mais feliz, dependendo do ponto de vista. Eu, diria que foi sempre mais incisivo quando conseguiu entrar na área contrária e que isso foi, como não raras vezes acontece, decisivo. Mas, claramente, terá contado com o cinismo da eficácia, ou pelo menos eu não sou capaz de concordar com uma separação de 3 golos entre as equipas como resultado mais fiel daquilo que vi. E aqui, nos 3 golos de diferença, chego ao ponto que mais me interessa...

3 golos de diferença no marcador, mas dificilmente 3 golos de diferença na cabeça de quem quer que fosse. Adeptos e protagonistas. Todos o viram como um jogo de resultado tangencial. Viram e, mais importante, jogaram. Dos 5 golos marcados, nenhum foi conseguido em situação de vantagem. Ou seja, todos foram marcados como reacção a uma situação de necessidade. Ora, é certo que o jogo teve sempre uma boa atitude de ambos os lados, é certo também que se tratou apenas de um jogo, que não é representativo para conclusão alguma e que tudo pode ter sido apenas um acaso. Mas é também certo que este fenómeno da diferença de atitude em função do resultado está perfeitamente identificado, não só no futebol, mas no desporto em geral. Por regra, não se trata de algo voluntário ou consciente, não há - como tantas vezes reclama o desespero dos adeptos - uma atitude premeditada de treinadores ou jogadores. Simplesmente acontece e se alguém soubesse porquê, seria capaz de contrariar a tendência, o que não se verifica. O futebol é um jogo de humanos...

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