À primeira vista, as dificuldades do Sporting podem não fazer sentido algum, e em qualquer caso não eram seguramente provável, mas talvez não fosse também difícil antecipar as diferenças entre este jogo e aqueles que, recentemente, catapultaram o a equipa para novo estado de optimismo. De resto, já não é a primeira vez que me refiro a este aspecto. O tipo de oposição que colocou o Gil, estrategicamente mais baixo e expectante, não foi surpresa e recuperou um cenário em que o Sporting do passado recente teve sempre muitas dificuldades em ultrapassar.
O resultado não será o mais importante para a análise, até porque o resultado, num só jogo, está sempre refém de uma série variáveis pouco ou nada controláveis. Ainda assim, o resultado não pode também ser dissociado da imposição qualitativa de uma intenção de jogo. E precisamente por ser indissociável, talvez seja correcto referir o peso da eficácia na definição das condições do jogo. É que se o Sporting pouco se conseguiu aproximar do golo em 90 minutos, o Gil não teve de fazer muito para construir a sua vantagem.
Num plano mais táctico, creio que a circulação baixa do Sporting foi o aspecto que mais revisão justifica. A equipa traz muita gente para zonas baixas, aproximando dois médios dos centrais, recuando unidades móveis mais adiantadas e mantendo, inclusivamente, os laterais quase sempre em posição baixa. Várias vezes o Sporting manteve vários jogadores na mesma linha, e sobretudo não conseguiu criar boas condições para iniciar a progressão, na minha perspectiva por não fazer um bom uso da largura do campo. O Gil, mesmo não tendo muita gente na primeira linha de pressão, conseguia um condicionamento que facilitava a tarefa da segunda linha de pressão, de onde não passou grande parte do jogo do Sporting. Enfim, motivos para Sá Pinto reflectir...
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Entretanto, quem também jogou foi o Metalist, que teve melhor sorte do que o Sporting muito graças a um jogador a que tinha feito referência, Cristaldo. Que grande golo!