- Quando o sorteio ditou o confronto entre Bayern e Basel (curiosamente, partilham a abreviatura FCB), imediatamente imaginei um passeio para os alemães. É que, para além da diferença evidente de valores, não havia qualquer contraste de estilos ou choque de culturas. Houve, no entanto, da minha parte uma subvalorização do Basileia actual. O seu momento é tremendo, pulverizando a liga interna e atingindo patamares de confiança que permitem a exacerbação do potencial colectivo, reflectido em feitos como foram, por exemplo, as vitórias caseiras frente a United e a este mesmo Bayern. O mais curioso é verificar o que pode acontecer quando o escudo da confiança é repentinamente retirado por um gigante insaciável como é, culturalmente, o Bayern. Não pode deixar de vir à memória o caso do Sporting em 2009 que, num episódio muito semelhante ao do Basileia (mas ainda mais penoso, porque teve direito a repetição), foi devorado por este mesmo adversário sem que houvesse qualquer relação com a consistência da equipa, quer no seu percurso europeu até aí, quer no próprio momento interno (as goleadas sofridas pelo Sporting coincidiram, paradoxalmente, com o arranque para um excelente ciclo de resultados internos). Não há grande lógica nisto, apenas Fragilidade.
- Do outro apurado do dia, não se pode traçar perfil mais contrastante com o do Bayern. Não tem grande explicação esta modéstia dos clubes franceses. São uma das potências económicas da Europa ocidental, têm dimensão, condições e formação para serem uma potência também ao nível de clubes. Mas não são, e vivem um bastante traumatizados por isso. Talvez a próxima década lhes seja mais favorável e Paris veja, finalmente, uma equipa corresponder à sua importância em todas as restantes áreas sociais e económicas. Refiro-me ao PSG, é claro. Para já, fica apenas o alerta para algo que venho repetindo: os franceses podem não ser uma potência, mas têm o seu valor também algo menosprezado. Porque desprezam a Liga Europa e não têm unhas para a Champions, acabam sempre longe das finais, parecendo por isso mais fracos do que realmente são. Mas, há muita qualidade e, atenção, porque ao contrário da Liga Europa, eles darão tudo por um brilharete na Champions.