A propósito do Bayer-Barcelona da primeira mão, tive a oportunidade de ler uma antevisão de alguém que havia, alguns dias antes, antecipado dificuldades para os catalães na visita a Pamplona (contextualizando, o Barça perdera o jogo frente ao Osasuna no fim de semana anterior à primeira mão). Escrevia que apesar do mau momento do Barça ser evidente, tal não deveria ser suficiente para que uma vitória confortável estivesse em causa na Alemanha, que o potencial das duas equipas era demasiado dispar, que eram duas equipas de dois mundos completamente diferentes.
Ora, não é pela goleada numa segunda mão de uma eliminatória já resolvida, mas a diferença de valor entre Barça e Leverkusen será mais ou menos a mesma que a diferença entre um "grande" e uma equipa da II Divisao, em Portugal (sublinho que estou a comparar diferenças de valor e não o valor das equipas em si mesmo). São dois mundos completamente diferentes.
Não faltam exemplos que corroborem a ideia de que o sucesso de uma caminhada europeia pode depender muito de sorteios e eliminações surpreendentes. É o mesmo para as aspirações de equipas menos conceituadas (ou sobretudo destas) em taças domésticas, por exemplo. Neste sentido, e em relação ao sonho europeu que se vai reavivando no Benfica, a aleatoriedade do sorteio pode tornar inútil qualquer discussão sobre o assunto, mas não coloca, seguramente, em causa a relevância das sortes que serão tiradas antes dos quartos de final. Aliás, se nos centrarmos nos apurados de hoje, Barcelona e Apoel, o sorteio parecerá mais mesmo uma sentença.