Aimar e Martins? Não justifica...
Na primeira mão, o Benfica conseguira explorar esse espaço, conseguindo, talvez mais do que em qualquer outra situação, criar dificuldades ao Braga. Não o fez com grande frequência, nem sequer se notou uma intencionalidade especifica, mas a equipa contou, então, com Aimar, que tem na qualidade de movimentos a maior das suas virtudes. O 10 foi individualmente responsável por esses movimentos.
Convém não confundir as coisas: não é por Aimar "oferecer" à equipa essa capacidade que o dedo acusador deve incidir sobre quem o substituiu. Se existir uma visão colectiva, o objectivo tem de estar presente, seja quem for que jogue. Martins tem outra característica, mas o seu posicionamento foi deliberadamente próximo de Javi Garcia, retirando à linha média capacidade de ligação com o duo da frente, pelo corredor central.
Na verdade, a exploração do "espaço entre linhas" não estava dependente da acção dos médios centrais. Poderia ter potenciado uma mobilidade interior dos alas, por exemplo, mas isso nem aconteceu, nem é hábito acontecer. Não é a primeira vez que, no ataque posicional encarnado, destaco aqui o privilégio da impulsividade, em detrimento de uma maior racionalidade. Mas há, naquilo que se viu na segunda parte, outro ponto interessante a merecer reflexão...
Ataque posicional: laterais em profundidade
Será um tema que provavelmente merecerá mais detalhe: o Benfica utilizou, na segunda parte, uma opção próxima do que acontece mais recorrentemente com Porto e Barcelona, por exemplo, mas que também já se viu no Benfica (e que já falei aqui). Ou seja, recuou Javi Garcia para a linha defensiva e abriu os centrais, colocando os laterais em profundidade.
A vantagem disto - e resultou! - é tornar a tarefa mais difícil para a primeira linha de pressão do adversário, obrigando os extremos a "afundar" no campo e tornando zona mais alta demasiado larga para apenas dois jogadores.
O ponto é que, normalmente, esta opção é usada para libertar espaço de construção para a linha média, e no corredor central. No caso do Benfica, porém, a opção serve apenas para tirar risco à posse em construção. Ou seja, a equipa obriga os alas contrários a abrir e baixar, mas depois vai precisamente ao seu encontro, saindo pelos corredores laterais, e não tendo qualquer "plano" para regressar ao interior. Na segunda parte, em Braga, foi a isso que assistimos, com o Braga a ser obrigado a jogar mais baixo, sim, mas também a não ter dificuldades em criar zonas de superioridade nas alas, sempre que a bola lá entrava.
Um primeiro aperitivo para a final
Já agora, e em jeito de primeira antevisão para a final, este é um problema que o Braga e Domingos terão de considerar de outra maneira. No campeonato, em Braga, o Porto também abriu os laterais em profundidade e dificultou a vida à primeira linha de pressão do Braga. A diferença, claro, é que ao contrário do Benfica, o ataque posicional portista sabe bem que caminhos deve seguir.
Na primeira mão, o Benfica conseguira explorar esse espaço, conseguindo, talvez mais do que em qualquer outra situação, criar dificuldades ao Braga. Não o fez com grande frequência, nem sequer se notou uma intencionalidade especifica, mas a equipa contou, então, com Aimar, que tem na qualidade de movimentos a maior das suas virtudes. O 10 foi individualmente responsável por esses movimentos.
Convém não confundir as coisas: não é por Aimar "oferecer" à equipa essa capacidade que o dedo acusador deve incidir sobre quem o substituiu. Se existir uma visão colectiva, o objectivo tem de estar presente, seja quem for que jogue. Martins tem outra característica, mas o seu posicionamento foi deliberadamente próximo de Javi Garcia, retirando à linha média capacidade de ligação com o duo da frente, pelo corredor central.
Na verdade, a exploração do "espaço entre linhas" não estava dependente da acção dos médios centrais. Poderia ter potenciado uma mobilidade interior dos alas, por exemplo, mas isso nem aconteceu, nem é hábito acontecer. Não é a primeira vez que, no ataque posicional encarnado, destaco aqui o privilégio da impulsividade, em detrimento de uma maior racionalidade. Mas há, naquilo que se viu na segunda parte, outro ponto interessante a merecer reflexão...
Ataque posicional: laterais em profundidade
Será um tema que provavelmente merecerá mais detalhe: o Benfica utilizou, na segunda parte, uma opção próxima do que acontece mais recorrentemente com Porto e Barcelona, por exemplo, mas que também já se viu no Benfica (e que já falei aqui). Ou seja, recuou Javi Garcia para a linha defensiva e abriu os centrais, colocando os laterais em profundidade.
A vantagem disto - e resultou! - é tornar a tarefa mais difícil para a primeira linha de pressão do adversário, obrigando os extremos a "afundar" no campo e tornando zona mais alta demasiado larga para apenas dois jogadores.
O ponto é que, normalmente, esta opção é usada para libertar espaço de construção para a linha média, e no corredor central. No caso do Benfica, porém, a opção serve apenas para tirar risco à posse em construção. Ou seja, a equipa obriga os alas contrários a abrir e baixar, mas depois vai precisamente ao seu encontro, saindo pelos corredores laterais, e não tendo qualquer "plano" para regressar ao interior. Na segunda parte, em Braga, foi a isso que assistimos, com o Braga a ser obrigado a jogar mais baixo, sim, mas também a não ter dificuldades em criar zonas de superioridade nas alas, sempre que a bola lá entrava.
Um primeiro aperitivo para a final
Já agora, e em jeito de primeira antevisão para a final, este é um problema que o Braga e Domingos terão de considerar de outra maneira. No campeonato, em Braga, o Porto também abriu os laterais em profundidade e dificultou a vida à primeira linha de pressão do Braga. A diferença, claro, é que ao contrário do Benfica, o ataque posicional portista sabe bem que caminhos deve seguir.