2.4.10

Benfica: o perigo do "business as usual"

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A natureza do desafio força a constatação: a vitória foi brilhante. Foi. Mas foi-o muito mais por isso, pela natureza do desafio, do que propriamente pela superação da própria performance. Ou seja, o Benfica ganhou, mas numa espécie de modo “business as usual” e não na plenitude daquilo que pode fazer. Aqui entra o risco da questão. É que se o Benfica é de facto excelente, é também perigoso deslumbrar-se com a excelência dos seus próprios mérito. É perigoso não perceber que a maior qualidade individual não está do seu lado. É perigoso o “business as usual”.

Melhor como colectivo. Mas apenas.
O Benfica é melhor que o Liverpool do ponto de vista táctico. Movimenta-se melhor, pressiona melhor, reage melhor em cada um dos momentos do jogo. Mas, se isto já não é pouco, a superioridade encarnada fica-se por aí. O potencial individual, a experiência e capacidade para definir nos pormenores, estão do lado do Liverpool. A prova disso é o próprio jogo da Luz.

O vulgar “jogo-a-jogo” é uma ideia simpática e, até, uma via não impossível. A realidade, porém, é que as hipóteses só são realmente boas se houver jogos mais importantes do que outros para quem define o planeamento. É isso, de resto, que nos diz a história recente da competição e é isso que não deve ser ignorado na hora de pensar o “assalto” europeu.

Aimar e a ausência de Saviola
Um problema maior. Como manter a qualidade num período chave sem uma das referências maiores para esse objectivo? Jesus escolheu adiantar Aimar. Eu discordo. Se Saviola e Aimar são peças fundamentais em cada uma das suas posições, substituir um, desposicionando o outro, parece-me, faz a equipa perder o melhor de cada um. Mas há outra coisa que não se pode deixar de notar. Saviola é insubstituível em termos qualitativos. Certo. Mas, no fim de uma época onde houve Keirrison, Weldon, Nuno Gomes, Kardec e Eder Luiz... ter de desposicionar Aimar?!

Nota: a preparação mais detalhada dos jogos a que faço apelo no texto não tem a ver apenas com opções individuais. Está, isso sim, nos detalhes tácticos.



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