8.4.10

Os golos e... os árbitros

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Sendo um tema que procuro evitar, há certas coisas que me merecem alguma reflexão. Esta é uma delas. O número de golos por jogo. Será normal que haja tão grande discrepância entre esta estatística de árbitro para árbitro? A mim parece-me que não. Parece-me que as diferenças verificadas vão bem para além do que seria expectável.

Passo então a explicar a tabela que suporta a discussão. Nela estão os jogos disputados nas ligas profissionais (Vitalis e Sagres) desde o inicio da época anterior. Para além disto, na tabela estão apenas os árbitros com mais de 25 jogos neste período.

É normal que os números não sejam todos idênticos. É normal que haja a influência do factor aleatório num número total de jogos que não vai muito além das duas dezenas. O que não me parece normal – e repetindo-me – é a dimensão das discrepâncias.


Repare-se, entre as actuais equipas nestas 2 provas, o Benfica é a equipa que mais golos tem em cada um dos seus jogos (3,2), estando a Naval no extremo oposto (1,8). Ora, porque cada equipa tem as suas forças, fraquezas e especificidades, é natural esta diferença. Não tendo, supostamente, uma influência no número de golos, os árbitros deveriam ter uma variabilidade muito mais suave do que a das próprias equipas. Deviam... mas, espantosamente, não é isso que acontece.

Para que haja um referencial comparativo, numa análise semelhante à Premier League, vemos que as discrepâncias não são minimamente comparáveis. Se em Portugal, entre os 3,2 de João Capela e os 1,7 de Luis Reforço, chegamos a uma variabilidade de 63% em relação à média. Na Premier League, esta variabilidade é de... 23%!

A não ser que os avançados se inspirem com uns e os guarda redes com outros, o que estes dados apontam é para uma grave diferença de critérios entre os árbitros em causa. Não sei se alguém já o fez, mas... alguém devia olhar para isto.



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