18.8.09

9 lances da jornada...

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Ruben Amorim (Benfica, 88m) – Uma das últimas jogadas do jogo e, seguramente, das melhores.Do lado do Benfica destacar a forma como a equipa consegue progredir de forma vertical e com grande mobilidade dos jogadores, destacando-se a inteligência de Nuno Gomes sempre que sai da zona de finalização e, claro, o movimento vertical de Ruben Amorim. Mais uma vez, no entanto, tem de ser destacada alguma permissividade do Marítimo. Primeiro, o bloco demasiado baixo, permitindo que o Benfica comece a jogada já dentro do meio campo ofensivo e estendendo a marcação até zonas demasiado baixas, retirando densidade ao posicionamento. Apesar do mérito encarnado, não é muito aceitável que se construa tão facilmente a jogada, permitindo, por exemplo, que Nuno Gomes receba e rode sem pressão.


Di Maria (Benfica, 57m) – A jogada é construída praticamente toda pelo ‘slalom’ de Aimar. O 10 baixa para participar na primeira fase de construção e acaba por protagonizar uma jogada rara no futebol moderno de progressão individual pela zona central, e perante um bloco baixo. Aimar tem o mérito de tirar partido da situação, mas neste caso, e fosse qual fosse o jogador, a responsabilidade primária é da defesa. Pouca agressividade e um demasiado espaço entre os jogadores permitem que “El Mago” fure o bloco madeirense. No final do lance, outro aspecto a salientar. O facto de Di Maria atacar tardiamente a zona de finalização faz com que os defensores não o tenham como referência, acabando por ser surpreendidos...

João Aurélio (Nacional, 26m) – O golo do Nacional é apenas mais um exemplo das dificuldades do Sporting nos lances de bola parada defensivos. Aliás, podia facilmente encontrar-se outros lances como exemplo. O canto é, como é característica do Nacional, marcado para fora da zona do guarda redes (normalmente são, até, mais largos) e o problema não é o marcador do golo João Aurélio. O problema é a recorrente incapacidade leonina para resolver a primeira bola aérea. A partir do momento em que esta não é tirada da área, tudo pode acontecer...

Matias Fernandez (Sporting, 82m) – A primeira, e importante, nota no lance vai para o espaço que é dado a Pereirinha na direita. É um problema que tem a ver com a organização defensiva do Nacional (orientada por referências individuais) e que já vem de trás. Os metros de terreno que lhe são dados são fatais e o perigo fica à distância de um duelo individual, que Djalo ganha. A finalização, apesar de não ter eficácia também não merece cirticas, já que era um lance de resolução para Matias Fernandez. O lance não termina em golo mas acaba por ser o espelho da forma como o Sporting acabou o jogo, criando muitas dificuldades ao Nacional.

Matheus (Braga, 18m) – A imagem inicial é clara, quer quanto ao posicionamento defensivo da Académica – e de Rogério Gonçalves – quer quanto ao problema principal do lance. Linhas juntas, com a mais recuada a usar o fora de jogo como arma. A vulnerabilidade está, sobretudo, nas costas. O erro (maior) está na ausência de pressão sobre o portador da bola. Só faz sentido jogar alto se houver pressão constante, caso contrário o portador da bola pode pensar e escolher o timing ideal para solicitar uma desmarcação. Tudo isto é mais grave se o portador da bola for tecnicamente dotado. No caso, era Hugo Viana...

Meyong (Braga, 87m) – O golo que valeu os únicos 3 pontos da jornada. Mais uma vez, a dependência da defensiva da Académica da cortina do fora de jogo. Quando a bola entra nas costas do lateral e se criam condições para o cruzamento, acontece o que já muitas vezes sublinhei. Por estar em recuperação, a zona central da defesa falha, quer no posicionamento, quer na definição de referências. Isso é evidente na forma desastrada como o defensor aborda a bola e quem aproveita é Meyong que ataca, também, muito bem o lance. De resto, nota apenas para a já conhecida capacidade de Alan em cortar para dentro sobre a direita, apesar de ser destro. Um quebra cabeças para os marcadores.

Baiano (Paços Ferreira, 5m) – Tal como na Supertaça a oportunidade foi dele. Flagrante e de cabeça. O Porto tem o posicionamento defensivo bem definido no centro. O problema é, primeiro, alguma permissividade sobre Cristiano, conseguindo este o cruzamento. E, segundo, a abordagem de Fucile. A sua leitura da trajetória da bola é errada e é por isso que faz com perda a frente do lance, que tinha ganha à partida. Baiano acaba por cabecear em zona frontal, apenas por se antecipar.

Fucile (Porto, 64m) – O Porto é quem ganha a segunda bola e, de imediato, vira o flanco encontrando espaço para Fucile progredir e rematar. 2 notas sobre o lance. A primeira tem a ver com a origem do lance, uma disputa aérea após pontapé longo. Na Mata Real, mais do que em qualquer campo desta liga, estes lances são marcantes. Ganhar a segunda bola permite, muito rapidamente, chegar a uma situação de cruzamento ou remate. Tudo por causa das dimensões do campo. A segunda tem a ver com o principio de tirar a bola da zona de pressão. O Porto não conseguiu por em prática esse principio com muita frequência, particularmente em transição, e isso explica em boa parte as dificuldades sentidas.

Falcao (Porto, 77m) – No golo portista, de novo, a importância de, na origem do lance, fazer a bola circular lateralmente, buscando o espaço para Fucile progredir. Isto é conseguido com alguma facilidade, apesar da inferioridade numérica. Depois, há um misto de mérito de Falcao e de demérito, muito, do Paços. A bola é cruzada para a zona central, o Paços tem 4 jogadores na área, contra apenas 2 portistas, mas o seu posicionamento é demasiado incidente sobre o primeiro poste. Depois aparece a forma como Falcao domina o duelo. O segredo está em ler e reagir mais rapidamente à trajetória da bola. Falcao ganha de forma avassaladora o lance, cabeceando sem que o defensor tenha, sequer, saltado. Esta é, a meu ver, a característica que melhor define os bons cabeceadores, sejam eles altos ou baixos..


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