Mas há ainda que evidenciar os restantes intervenientes. E são 3. O momento em que a imagem pára é o essencial para se compreender como Aimar se consegue isolar. Primeiro, a importância da acção de Di Maria. Não apenas o timing e precisão com que faz a assistência, mas o facto de ter, primeiro, atacado a zona central, nas costas do médio defensivo. Isto obriga o elemento central do trio defensivo a fazer contenção, pressionando e saindo da sua zona. Quando isto acontece, os 2 defesas restantes deveriam reequilibrar o posicionamento na zona central, aproximando-se nas costas do elemento que sai para pressionar. Isso não acontece. Saviola e Cardozo, abertos, parecem não intervir no lance, mas têm uma acção essencial. A sua presença provoca o erro defensivo, com os defensores a dar prioridade às referências individuais e não fechando o espaço, como deveria ter acontecido.
Ramires - O lance do golo do Benfica começa com uma imagem caricata. Na área está tudo ocupado a definir marcações. Aparentemente demasiamente para que alguém se aperceba que, entretanto, Ramires chega também à área. Segundos depois, claro, não houve quem não reparasse no brasileiro...
À margem deste detalhe fantasmagórico, há algo para dizer sobre a marcação feita. Com 9 jogadores de campo, 1 na barreira e 2 posicionados em zonas exteriores, o Vitória só consegue ter 6 jogadores na zona central. O problema é que o Benfica também coloca 6 jogadores nessa zona, havendo igualdade numérica. Isto torna impossível haver uma marcação individual por parte do Vitória (o que, na minha opinião, nunca deve acontecer em livres defensivos), porque 1 jogador tem de estar zonalmente colocado na frente de todos os outros para evitar desvios ao primeiro poste. O problema é que o Vitória tem alguns jogadores colocados zonalmente e outros centrados em marcações individuais, desprotegendo especialmente a zona do segundo poste. Aliás, nessa zona está apenas 1 defensor para 3 atacantes. Um deles é Ramires que, ainda por cima, aparece numa zona perfeitamente frontal. E assim se deitam fora 90 minutos de esforço...
André Santos - O terceiro destaque não tem a ver com a jogada, mas com o protagonista. André Santos, de 20 anos, emprestado pelo Sporting ao Leiria. Médio defensivo, não tem físico nem o perfil tantas vezes exigido para jogar à frente da defesa. Aí, precisamente, é que está o interesse. É que André Santos evidenciou-se apenas pela forma como trata a bola e o jogo. Tudo numa zona sempre congestionada e onde é muito difícil fazê-lo. Não creio que o tivesse visto antes, mas ficou desde já referenciado para o acompanhar em próximas oportunidades...
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