10.8.09

Porto - Paços: Vitória esperada. Problemas por resolver...

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O Porto venceu como se esperava. O que talvez não se esperasse tanto era as dificuldades que os campeões nacionais sentiram. Uma evidência que, creio, reforça duas ideias em que fui insistindo durante a pré época. Uma é a incapacidade que os jogos amigáveis têm para denunciar alguns eventuais problemas. A outra é que esta equipa do Porto está ainda em crescimento e longe dos níveis que se exigem para as ambições e expectativas a que os adeptos estão habituados. De resto, apesar de alguma dificuldade, primeiro, e felicidade, depois, a vitória portista acabou por ser justa. É que a diferença é mesmo muito grande...


O problema do pressing
Normalmente quando se aborda a falta que Lisandro e Lucho farão no Porto, fala-se em aspectos ofensivos. A mobilidade de Lisandro e a inteligência de Lucho. É óbvio o talento da dupla argentina, mas a sua importância vai para além desse aspecto e invade mesmo um dos pilares essenciais para que o modelo portista funcione. O pressing. Não é a primeira vez que faço alusão a este problema e recordo-me até de já o ter mencionado no ano passado, quando se verificava uma perda de capacidade neste particular sempre que Lisandro não era o elemento central do ataque e, por consequência, o primeiro a pressionar.

Não será o único ponto a trabalhar no modelo portista, mas frente ao Paços, a incapacidade de pressionar bem foi o principal problema. Por isso, o Paços teve tanto tempo de posse de bola no primeiro tempo e, por isso também, criou alguns embaraços. O lance que culmina com a recarga clamorosamente falhada por Baiano, ainda na madrugada do jogo, então, é um caso crónico desse problema. A jogada foi construída em organização ofensiva e aproveita a passividade do pressing, terminando com um 2 contra 1 sobre Fernando que permitiu a Cristiano ficar livre no espaço entre linhas. Uma situação rara, mesmo inconcebível noutras alturas, e que não tem como coincidência o facto de ter acontecido pelo lado de Belluschi e Varela. O problema foi sendo corrigido com o tempo mas mesmo assim Jesualdo não deixou de o mencionar no final, percebendo-se o porquê de ter tirado Belluschi ao intervalo.

As dificuldades do Paços
O Paços fez um jogo voluntarioso, que começou com algum brilhantismo mas que foi progressivamente perdendo fulgor, até à incapacidade final. Um dos aspectos que destaco para o insucesso Pacense – para além do óbvio e decisivo erro individual de Cassio – é a forma insuficiente como defendeu. Apesar de ter tido um surpreendente tempo de posse de bola e até boas ocasiões na fase inicial, o Paços nunca conseguiu controlar o Porto. Permitiu sempre transições proibitivas e apresentou um problema que já vem do ano anterior. É que ao querer adiantar a sua linha defensiva para jogar mais alto, a equipa não revela níveis de organização suficientes para manter a segurança defensiva. Contra uma equipa como o Porto isso é, quase sempre, fatal. Neste caso, não foi por aí que os portistas ganharam vantagem, mas foi por aí que foram marcando a sua posição no jogo, ganhando ascendente depois das dificuldades iniciais. Com o erro de Cássio, depois, tudo se tornou mais fácil e o Porto passou a fazer do espaço uma ameaça constante na recta final do jogo...


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