24.8.09

Porto - Nacional: Só demorou a resolver

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Na maioria dos jogos, os primeiros minutos são uma espécie de adolescência, com um carácter ainda por definir e distinto daquilo que será a sua fase de maturidade. Neste não. Quem viu os primeiros minutos, viu praticamente tudo. Ou pelo menos tudo o que havia para ver antes do jogo estar perfeitamente definido, ou seja, antes do lance que definiu a vantagem portista. Isto porque o ímpeto inicial portista teve um seguimento contínuo, num jogo bastante aberto mas onde apenas 1 equipa teve capacidade para desequilibrar ofensivamente. E, no caso, com bastante frequência. Foi, por isso, uma vitória mais do que certa de um Porto ainda em crescimento, perante um Nacional que voltou a confirmar que está muito longe da valia do ano anterior.


Nacional mas não muito bom
O Nacional foi, apesar de alguma qualidade individual, um adversário simpático. Defensivamente deu demasiados espaços entre os seus jogadores e nunca conseguiu pressionar convenientemente. Aliás, defender bem nunca foi uma arte que o Nacional de Manuel Machado dominasse bem. Ofensivamente, conseguiu esticar-se frequentemente no campo, mas notoriamente falta-lhe capacidade para dar algum seguimento. Quando sai em posse, não consegue ter qualidade nas laterais. Quando vai para a profundidade, não tem Nené ou Mateus para dar outro andamento às iniciativas. E, assim, tal como frente ao Sporting, notou-se no Nacional um adversário bem mais débil do que no passado.

Superioridade mas... com pouco pressing
O resultado da qualidade da oposição determinou um Porto com facilidade em ser dinâmico e criativo nas suas ofensivas. Os seus médios conseguiram sempre receber e jogar de frente e, no último terço, houve sempre mobilidade como complemento. Também não faltaram oportunidades e, em boa verdade, o Porto justificou a vantagem bem mais cedo. Num Porto em crescimento, nota-se no pressing o ponto mais atrasado do modelo. Raras foram as recuperações altas e há, ainda, uma notória falta de agressividade e reactividade nesta acção. Repito a ideia que este pode ser bem o aspecto onde Lisandro e Lucho serão mais difíceis de substituir...

Varela, Belluschi e Falcao
Varela terá feito, provavelmente, a sua melhor exibição de dragão ao peito. Procurou criar linhas de passe em zonas mais interiores, diagonais nas costas dos centrais e dar mobilidade permanente. Tudo isto é novo num jogador que passou grande parte dos últimos anos a jogar agarrado à linha. Varela não estaria a jogar se Hulk e Rodriguez estivessem disponíveis. A sua oportunidade é esta e é bom que a aproveite...

O argentino apareceu em zonas mais baixas, algumas vezes mesmo ao lado de Fernando. Pode ser a alternativa de Jesualdo para um jogador de enorme qualidade de passe e definição, mas que tem dificuldade em entrar no jogo. De resto, Belluschi pode mesmo ser um problema para o pressing.

Finalmente, o colombiano. Voltou a mostrar-se decisivo na área, e combativo fora dela. A Falcao falta ainda crescer dentro do modelo portista. Falta combinar com Hulk e Rodriguez, falta mais mobilidade e falta mais capacidade para pressionar. Mas a confiança já a tem. E essa é, para um avançado, uma característica muitíssimo preciosa.


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