Pressão, intensidade e domínio... será apenas da pré época?
Quem viu os asfixiantes minutos iniciais frente ao Milan, sempre com bola, sempre a pressionar, sempre a jogar, perguntar-se-á se isto é apenas da pré época, ou se vai mesmo ser assim? É verdade que Milan, como outras equipas, jogaram aí umas duas velocidades abaixo da velocidade encarnada. Esta intensidade e este domínio, no entanto, não vão deixar de existir quando os jogos forem a sério. Este modelo, com esta intensidade, criará sempre muitos problemas, sejam a quem for, em que circunstância for. O problema do Benfica não vai ser transpor essa capacidade para os jogos a sério...
Correm muito?
Impressiona a presença que alguns jogadores têm no jogo. Há quem fale de uma forma física acima dos níveis médios para esta altura da época. Errado. A diferença de performance não é física, mas táctica. O modelo de Jesus procura sempre manter uma equipa curta e pressionante. O que acontece é que as distâncias dos jogadores para a bola se tornam permanentemente mais curtas e isso facilita e muito a forma como estes podem abordar cada lance. O segredo é conseguir ter um reajustamento posicional rápido e uma agressividade grande sobre a bola. Os jogadores estão permanentemente a jogar em espaços curtos e não longos, o que torna muito menos desgastante a sua tarefa do que aquilo que parece...
Descansar com bola...
Frente ao Milan o Benfica dominou, jogou melhor mas... empatou. Há que ter em conta a perda de qualidade imposta pelas várias substituições, mas eu prefiro alertar para outro problema. Aquele que realmente poderá ser uma ameaça para o modelo de Jesus. O Benfica parece ser apenas capaz de jogar com um grande nível de intensidade, com um grande ritmo. É uma característica que o Braga já tinha no ano passado e que lhe custou alguns dissabores em certos jogos. O que acontece é que se torna difícil para os jogadores manter um nível de concentração (mais mental do que físico) tão elevado durante 90 minutos e quando os jogos não se resolvem mais cedo a equipa sofre na recta final dos jogos para manter o mesmo nível qualitativo. Lembro-me de Mourinho, quando falava de um modelo com características semelhantes, evocar a importância de “descansar com bola”. Talvez seja essa a grande lacuna do modelo de Jesus...
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