11.8.09

Benfica 09/10: competição, precisa-se...

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Encher o estádio foi fantástico. Agradar o público, excelente. Ver Jesus testar algumas soluções individuais, interessante. A verdade, no entanto, é que a conclusão principal do jogo contra o Milan foi apenas aquela com que já havia ficado anteriormente. Ou seja, esta pré época já não tem grande utilidade para os níveis colectivos. Há muito que Jesus trabalha sobre um onze base e a generalidade desses jogadores já assimilou os princípios pretendidos. Há, para além disto, qualidade, intensidade e motivação de sobra para aquilo que a pré época exige. A equipa precisa, claramente, da competição. Esse é o próximo desafio e quando mais rapidamente ele chegar, para a generalidade dos jogadores, melhor.


Pressão, intensidade e domínio... será apenas da pré época?
Quem viu os asfixiantes minutos iniciais frente ao Milan, sempre com bola, sempre a pressionar, sempre a jogar, perguntar-se-á se isto é apenas da pré época, ou se vai mesmo ser assim? É verdade que Milan, como outras equipas, jogaram aí umas duas velocidades abaixo da velocidade encarnada. Esta intensidade e este domínio, no entanto, não vão deixar de existir quando os jogos forem a sério. Este modelo, com esta intensidade, criará sempre muitos problemas, sejam a quem for, em que circunstância for. O problema do Benfica não vai ser transpor essa capacidade para os jogos a sério...

Correm muito?
Impressiona a presença que alguns jogadores têm no jogo. Há quem fale de uma forma física acima dos níveis médios para esta altura da época. Errado. A diferença de performance não é física, mas táctica. O modelo de Jesus procura sempre manter uma equipa curta e pressionante. O que acontece é que as distâncias dos jogadores para a bola se tornam permanentemente mais curtas e isso facilita e muito a forma como estes podem abordar cada lance. O segredo é conseguir ter um reajustamento posicional rápido e uma agressividade grande sobre a bola. Os jogadores estão permanentemente a jogar em espaços curtos e não longos, o que torna muito menos desgastante a sua tarefa do que aquilo que parece...

Descansar com bola...
Frente ao Milan o Benfica dominou, jogou melhor mas... empatou. Há que ter em conta a perda de qualidade imposta pelas várias substituições, mas eu prefiro alertar para outro problema. Aquele que realmente poderá ser uma ameaça para o modelo de Jesus. O Benfica parece ser apenas capaz de jogar com um grande nível de intensidade, com um grande ritmo. É uma característica que o Braga já tinha no ano passado e que lhe custou alguns dissabores em certos jogos. O que acontece é que se torna difícil para os jogadores manter um nível de concentração (mais mental do que físico) tão elevado durante 90 minutos e quando os jogos não se resolvem mais cedo a equipa sofre na recta final dos jogos para manter o mesmo nível qualitativo. Lembro-me de Mourinho, quando falava de um modelo com características semelhantes, evocar a importância de “descansar com bola”. Talvez seja essa a grande lacuna do modelo de Jesus...


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