5.10.07

Vem aí o "Superclásico"!

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River Plate – Boca Juniors Domingo 18 horas
O “SuperClásico” é um daqueles jogos com dimensão planetária, não interessa quando, onde, ou porque se joga. River Plate e Boca Juniors batem-se no campo por um triunfo que cujo significado vai bem para além do seu valor pontual na tabela classificativa. Milhões de uma nação apaixonada pela “pelota” discutiram e discutirão cada instante dos 90 minutos, carregando o jogo de uma intensidade emocional difícil de encontrar noutro fenómeno.

O River é desta vez o anfitrião com o “Monumental” a receber duas equipas que ao contrário de tantos outros anos, não se conseguem impor no campeonato “Apertura”. O Boca Juniors é segundo, a dois pontos do líder Independiente, enquanto que o River segue num impensável décimo posto, a 9 pontos do topo. Ambas as equipas são o espelho do que se pode esperar actualmente das equipas argentinas. Talento misturado com alguma desorganização colectiva e as inevitáveis “ganas” que tornam os jogos tantas vezes demasiado irracionais e imprevisíveis.

No Boca, Miguel Russo montará uma equipa em 4-1-2-1-2 (ou seja com o losango no meio campo) que tem na permissividade defensiva e na fraca criatividade ofensiva os seus grandes defeitos. O Boca recorre muito à acção dos laterais, mas quando o seu jogo é bloqueado o recurso a Martin Palermo torna-se a única com bolas a serem bombeadas para a área desde posições muito atrasadas. O River Plate de Passarella (que poderá perder o lugar em caso de derrota) tem características semelhantes ao seu rival, com os laterais a participarem muito ofensivamente, mas actuando com uma frente mais móvel e dinâmica, não tendo uma referência tão fixa quanto Palermo no Boca. O problema deste River é a inconsistência do seu jogo – quer ofensiva, quer defensivamente – tendo períodos em que parece imparável, e outros em que se perde por completo.

8 figuras do “Superclásico”:
Fernando Belluschi (River Plate, Médio Ofensivo 24 anos) – A estrela da companhia terá sobre si a responsabilidade de desequilibrar. Belluschi actua sobre a esquerda e faz da precisão do seu pé direito e dos seus movimentos sem bola duas armas que o definem como jogador.

Ariel Ortega (River Plate, Médio Ofensivo 33 anos) – “El Burrito” vive hoje muito do estatuto não parecendo ter estaleca física para dar complemento à sua inegável valia técnica. A experiência faz dele, ainda assim, um nome a ter em conta num jogo com estas características.

Falcao Garcia (River Plate, Avançado 21 anos) – O homem do momento. Um hat-trick fantástico frente ao Botafogo e outros golos no passado recente revelam o seu momento. Falcao não é um ponta de lança fixo, mas tem muita qualidade de movimentos e é muito forte na finalização. Um nome a seguir...

Marco Ruben (River Plate, Avançado 20 anos) – Contratação cara, este jovem vindo do Rosario Central é mais uma esperança entre os “Millionários”. Boa presença física e um óptimo pé esquerdo são os atributos da referência de área do River que, no entanto, ainda não explodiu no futebol argentino.

Gabriel Paletta (Boca Juniors, Defesa Central 21 anos) – Emprestado pelo Liverpool, este imponente defesa dá outra envergadura a uma defesa bastante débil no jogo aéreo. Um talento interessante e uma ameaça sempre que sobe à área contrária.

Ever Banega (Boca Juniors, Médio interior 19 anos) – Sempre que a bola sai do seu pé direito, é quase certo que chegará “redonda” ao seu destino. Uma qualidade de organização inegável que torna Banega uma figura que, mais tarde ou mais cedo, terá a tão ambicionada oportunidade europeia.

Pablo Ledesma (Boca Juniors, Médio interior 23 anos) – Sobre a meia direita lembra Lucho Gonzalez pela inteligência com que se posiciona no campo. Ledesma é discreto mas extremamente eficaz, faltando-lhe talvez um pouco mais de virtuosismo técnico para integrar a elite Argentina.

Martin Palermo (Boca Juniors, Avançado 33 anos) – Ao ver Palermo jogar percebe-se rapidamente porque teve destinos tão contrastantes entre o Boca Juniors e o futebol espanhol. Alto e forte é referência na área para uma equipa que o procura quase a cada posse de bola. Palermo faz o que se lhe pede, mas dele não esperem muito jogo fora do rectângulo próximo da baliza contrária!

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