31.10.07

A diferença que faz o líder...

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8 jogos, 8 vitórias, 8 pontos de distância para o segundo. Se dúvidas houvesse, os números desfazem-nas: o Porto é a melhor equipa neste arranque de temporada e a sua superioridade faz com que a questão do título esteja, pelo menos, bem encaminhada para os lados do Dragão.

À pergunta sobre quais os motivos que marcam a diferença entre os azuis e brancos e a restante concorrência – os outros 2 grandes, entenda-se – poderíamos encontrar várias respostas, tão diferentes quanto a forma de cada um ver o jogo. Eu tenho uma. Para mim, o aspecto que distingue o Porto é a sua transição ofensiva.

Tal como o Porto, quer Benfica (sobretudo desde a chegada de Camacho), quer Sporting preparam bem o momento da perda de bola, mantendo a sua equipa equilibrada e organizada. O momento oposto, ou seja a preparação para o momento em que se ganha a bola, é que não é tão uniforme, com os portistas a marcarem uma grande diferença. Aqui, é preciso ser claro e ligar um nome ao mérito: Jesualdo Ferreira. Este era já um capítulo forte do seu Braga, com Wender a tirar muito partido dessa característica colectiva que o elegia como homem a privilegiar no momento em que se ganha a bola. O princípio básico tem a ver com uma ideia pouco divulgada entre o público em geral: as limitações defensivas dos homens mais criativos. Ou seja, ao contrário do que se diz por aí, a Quaresma não se pede que corra atrás do lateral contrário nas tarefas defensivas. Um jogador com o seu talento deve gastar as energias com bola e não sem ela. O trabalho de fechar o flanco, por isso, é feito pelo triângulo de meio campo e as suas basculações laterais. A preocupação, depois, é mal a bola seja ganha lançar o extremo – preferencialmente Quaresma – para que este possa usufruir do espaço para pôr em prática o seu talento individual. Outro elemento que merece destaque neste capítulo é Lucho Gonzalez. As características do “El Comandante” são fantásticas para este momento, quer pela extraordinária leitura dos espaços que faz, quer pela rapidez e precisão com que decide na hora do passe.

Como exemplo deixo uma análise ao segundo golo dos Dragões frente ao Leixões. É uma jogada em sobressai a qualidade da execução de Tarik, mas que realmente resulta de algo mais sistematizado do que a inspirada improvisação do Marroquino. Na realidade, o que o trabalho colectivo faz é criar condições para que as qualidades técnicas possam fazer a diferença...

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