A primeira vitória forasteira do Sporting na Champions terá sido igualmente a mais sofrida de todas as conquistadas sob o comando de Paulo Bento. O jogo de Kiev foi em vários aspectos muito curioso, mas essencialmente pelo tipo de dificuldades que o Dinamo colocou ao Sporting, fazendo os leões sofrer em pontos em que normalmente é forte: as transições defensivas e a cobertura no ”miolo”.
Em termos sistémicos, ao losango leonino o Dinamo contrapôs com um 3-5-2 raro no futebol europeu da actualidade. Mas as principais características do Dinamo estavam na forma como a equipa atacava. Quer em transição, lançando inúmeros elementos nas suas cavalgadas mal recuperava a bola, quer em posse fazendo a bola entrar num dos alas para depois de algumas trocas de bola, virar o jogo para o lado contrário onde havia mais espaço. Um outro pormenor – determinante no golo e algo atípico na cultura do futebol português – era o elevado número de jogadores que os Ucranianos colocavam na área sempre que efectuavam um cruzamento. Tudo isto, claro, só pode ser conseguido com muito risco porque envolve a colocação de muita gente nos lances ofensivos, tornando a equipa frágil sobretudo no momento da transição defensiva. Havia ainda outro aspecto que tornava a equipa Ucraniana algo débil: a sua desorganização (e às vezes atrapalhação) defensiva.
Em termos sistémicos, ao losango leonino o Dinamo contrapôs com um 3-5-2 raro no futebol europeu da actualidade. Mas as principais características do Dinamo estavam na forma como a equipa atacava. Quer em transição, lançando inúmeros elementos nas suas cavalgadas mal recuperava a bola, quer em posse fazendo a bola entrar num dos alas para depois de algumas trocas de bola, virar o jogo para o lado contrário onde havia mais espaço. Um outro pormenor – determinante no golo e algo atípico na cultura do futebol português – era o elevado número de jogadores que os Ucranianos colocavam na área sempre que efectuavam um cruzamento. Tudo isto, claro, só pode ser conseguido com muito risco porque envolve a colocação de muita gente nos lances ofensivos, tornando a equipa frágil sobretudo no momento da transição defensiva. Havia ainda outro aspecto que tornava a equipa Ucraniana algo débil: a sua desorganização (e às vezes atrapalhação) defensiva.
O Sporting começou a mandar no jogo, perante um Dinamo que parecia demasiado inofensivo com o seu bloco baixo e muitas vezes passivo. Depois do 0-1, no entanto, o Dinamo acordou e passou a forçar o jogo que descrevi. A partida ficou marcada pela velocidade com que a bola passava a zona intermédia e o Sporting perdeu o controlo pela inadaptação do seu meio campo que se fez sentir em 3 aspectos. (1) Com o elevado número de jogadores do Dinamo a atacar era necessário que Romagnoli também participasse nas missões defensivas o que apenas sucedeu no segundo tempo. (2) Nunca foi conseguido um ajuste apropriado na marcação sobre a esquerda com o ala direito do Dinamo a ser acompanhado por Ronny, o que obrigava Polga a sair demasiado da zona central. Vukcevic era quem deveria, na minha opinião, fazer esse acompanhamento. (3) Pelas diferenças culturais, os médios leoninos não recuavam para a zona de finalização em número suficiente para cobrir as entradas de trás dos Ucranianos, a cada cruzamento – foi assim que aconteceu o golo do empate.
Ainda assim, o Sporting continuou sempre a ter oportunidades de golo num jogo em que ambas as defesas cometeram lapsos impróprios para o nível da competição, e acabou por ser mais eficaz, chegando em vantagem ao intervalo. No segundo tempo, Paulo Bento introduziu alguns ajustes no "miolo" (nomeadamente a maior participação defensiva de Romagnoli) e conseguiu conter melhor as iniciativas do Kiev, acabando mesmo por desfrutar da melhor ocasião desse período, numa finalização quase displicente de Yannick. O final do jogo trouxe alguns embaraços para a defesa leonina, essencialmente provocados pelo elevado aglomerado de jogadores na área, mas o Sporting aguentou o sofrimento (por exemplo bem maior do que frente ao Benfica) e trouxe de Kiev uma vitória muito importante para as suas aspirações europeias em 07/08.
Nota final para Miguel Veloso. Mal se estreou em 06/07 (frente ao Nacional) na posição de pivot defensivo fiquei com a convicção de que estavamos potencialmente perante o melhor médio defensivo português desde Paulo Sousa. Não desfazendo a sua qualidade, Veloso tem nos últimos jogos mostrado alguns lapsos, quer na falta de agressividade com que aborda alguns lances, quer por alguns erros que comete por querer, creio eu, fazer tudo de forma demasiado perfeita para quem joga numa posição em que não se podem cometer riscos. São pormenores que deve trabalhar para chegar ao nível a que parece destinado.