5.5.11

Braga - Benfica: breve lançamento, olhando para a 1ª mão

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1- Começando pelo Braga, Domingos não escondeu o seu desapontamento em relação à exibição da equipa, e tem razão. Foram várias as exibições individuais que deixaram muito a desejar. Defensivamente, mais saliente na primeira parte, com vários erros em posse em zona de construção e alguma falta de protecção da zona entre linhas. Ofensivamente, um pouco durante todo o jogo, mas com relevo para nomes como Alan e Lima, em quem a equipa deposita grandes esperanças de acréscimo qualitativo, mas que na primeira mão não foram capazes de corresponder na definição das jogadas ofensivas. Se o Braga quiser acalentar esperanças de passagem, terá de contar, primeiro que tudo, com muito maior inspiração individual.

2- No Benfica, igualmente alguns motivos para reservas. Em particular, foram dadas demasiadas oportunidades ao momento de transição defesa-ataque adversário, apenas não mais severamente punidos pela tal desinspiração bracarense. Permissividades vistas, quer pelas dificuldades impostas pelo pressing do Braga, quer em situações de reposição rápida de Artur Morais. O jogo deverá ser diferente, é certo, mas convém que o Benfica esteja mais precavido para estes pormenores.

3- Estrategicamente, e embora seja obrigado a recuperar o resultado, não me parece que o Braga assuma grande risco desde inicio. Tentará assumir as rédeas do jogo, fomentar as combinações nos corredores laterais, pressionar (importante!), e, se possível, mandar territorialmente no jogo. Mas, nunca fará do jogo um contra relógio. O lado emocional do jogo é, por norma, o ponto forte da equipa, e Domingos deverá querer que os jogadores mantenham a tranquilidade, fundamental para que a intensidade seja positiva e assertiva. A arma da equipa serão os pormenores, bolas paradas e momentos de circunstancial desorganização do adversário.

4- No Benfica, é possível e provável termos duas linhas de quatro e uma estratégia mais contida desde o inicio. Aposta clara no controlo dos espaços e no equilíbrio em transição. Os riscos serão os habituais: erros em posse e controlo emocional. As vantagens também são óbvias: mais qualidade e, claro, o resultado. Mas, há ainda o duplo-pivot do Braga. Na primeira mão, foi quando ultrapassou a linha média que a equipa mais perturbou o adversário, obrigando os centrais a sair da posição. Desta vez, e embora não tenha Aimar, poderá não ter de o fazer exclusivamente em organização, mas - é importante notar! - se os dois médios permanecerem demasiado próximos (lado a lado) nos momentos ofensivos, será mais fácil para o Braga proteger-se defensivamente desta vulnerabilidade. Depois, claro, há as bolas paradas, onde o Benfica continua fortíssimo.

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