26.11.10

Sporting - Porto (Notas de antevisão)

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- São mais as dúvidas do lado do Sporting. Os jornais avançam com a possibilidade de jogarem Postiga e Liedson, e André Santos, Maniche e Pedro Mendes. Pessoalmente, acho difícil que ambas as opções se confirmem porque há uma outra que me parece mais provável: o regresso João Pereira como médio-ala. Ora, conciliar tudo isto implicaria abdicar de Valdes e Vukcevic, e não me parece que, pelo menos o chileno, seja discutível na cabeça de Paulo Sérgio. Assim, e por entre muitas dúvidas, apostaria num só avançado, Postiga, na coexistência dos 3 médios, e em João Pereira e Valdés como alas.

- Uma coisa que me parece clara, e que com certeza poderemos observar no jogo, é a utilização de um 2x1 sobre os flanqueadores, especialmente Hulk. Isto será feito com a proximidade de 1 dos médios – possivelmente, se jogar, André Santos sobre a esquerda – ao lateral. Algo que Paulo Sérgio testou sobre Sougou em Coimbra e que deverá repetir agora.

- Ainda no Sporting, já várias vezes critiquei a falta de consistência nas opções de Paulo Sérgio, na minha perspectiva uma maneira pouco produtiva de construir uma equipa. Nesta altura, e no que respeita concretamente ao jogo do Porto, não há nada a fazer. Custa-me entender como, depois das provas dadas, Valdés sai de uma posição central onde havia sido determinante, e Vukcevic não é integrado numa estrutura que aproveite as suas virtudes e compense os seus defeitos. Uma coisa seria não conseguir, outra é não tentar.

- Por fim, e sobre o Sporting, há 2 jogadores que eu não abdicaria nunca, num jogo destes. Maniche e Liedson. Maniche, porque é, de longe, o jogador de maior rendimento da equipa, ainda que isso não lhe seja unanimemente reconhecido. Mas porque, também, é um jogador de grandes jogos, onde frequentemente marca e desequilibra. Faria-o sempre jogar como 2º médio e nunca mais adiantado, mas, ainda assim... olhos nele porque, para o bem ou para o mal, pode ser a figura. Liedson, que acredito não jogará, é outro de alto rendimento nos grandes jogos. A sua veia goleadora nos grandes momentos é o mais fácil de ver, mas Liedson tem também a particularidade de ser um jogador excepcionalmente interventivo para a posição em que joga. Porque os avançados participam menos e porque nos grandes jogos, mais do que nos outros, todos são poucos, Liedson é, ou seria, uma enorme mais valia.

- No Porto, mais estabilidade e menos dúvidas. Não há qualquer indicio ou motivo para que Villas Boas se desvie muito da sua estrutura, ou mesmo que siga uma estratégia muito diferente daquela que escolheu nos jogos frente ao Benfica. É que, tal como o seu vizinho, o Sporting gosta da bola e da posse e não tem uma alternativa muito bem preparada para quando não se consegue afirmar dessa maneira. Villas Boas tem 2 alternativas, ou tenta destituir o Sporting da sua pretensão de ser o dono da bola – o que pode não ser fácil – ou opta por uma estratégia mais objectiva e pragmática, tal como frente ao Benfica. Vejo com maior probabilidade que Villas Boas prepare a equipa especialmente para esta segunda opção, até porque, se tiver de ter a bola mais tempo, o Porto também o saberá fazer sem problemas.

- Para o Porto, o problema é como o jogo, “clássico”. Ou seja, o momento antagónico entre as duas equipas faz supor uma diferença de valores maior do que a que realmente existe. Se isto se passar para os jogadores, se não houver do Porto uma elevação dos níveis de intensidade e concentração, próprios deste tipo de jogos, então a equipa está mais próxima de ser surpreendida. Essa é a principal missão de Villas Boas, até porque, desengane-se quem pensar o contrário, o Sporting vai ter uma atitude muito forte.

- Em termos de opções individuais, é para o Porto relevante não ter Álvaro Pereira. É um jogador de grande intensidade e capaz de dar total profundidade ao flanco. De resto, é no quarteto defensivo que residem as dúvidas, com Fucile e Otamendi a serem, hoje bem mais do que frente ao Benfica, candidatos ao lugar. Por questões de rendimento, mas também de morfologia. Mais Fucile do que Otamendi, parece-me. Ainda assim, calculo que Villas Boas prefira manter ao máximo uma estrutura que se tem dado bem em jogos de maior exigência. Privilegiar o todo pelas partes é algo que faz sempre sentido.

- Os elementos potencialmente decisivos, creio, são os de sempre. Hulk, Falcao, Varela e Belluschi. Mas talvez venhamos a ter alguns esquemas tácticos especialmente preparados para as bolas paradas. A fragilidade do Sporting e a opção por marcações individuais, pode sugerir uma oportunidade à equipa técnica portista...

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