8.12.07

Michael Laudrup: Requintado e improvável

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Portugal foi recentemente colocado ao lado da Dinamarca e Suécia na corrida para o Mundial 2010. Escola nórdica, diz-se de imediato, mas alguns avisarão desde já que a globalização do futebol uniformizou culturas e estilos anteriormente radicalizados. Se na Suécia Ibrahimovic surgirá, provavelmente, nos tempos de hoje como o mais requintado (tecnicamente) futebolista sueco de todos os tempos, na Dinamarca há muito que surgiu um fenómeno capaz de fazer inveja à mais latina e tecnicista das escolas de futebol: Michael Laudrup.

A pergunta que se coloca é como é que, no seu tempo, a Dinamarca conseguiu dar ao mundo uma pérola tão rara quanto Laudrup? “Playmaker” por excelência, Laudrup despontou no Brondby mas depressa surgiu entre os mais promissores do continente europeu e a Juventus conseguiu o seu concurso em 1983. Depois de inicialmente emprestado à Lazio, Laudrup regressou a Turim para fazer parelha com a estrela Platini. Na Juventus fez mais de 100 jogos mas, ainda novo, não conseguiu render em pleno Platini após a saída deste. O talentoso dinamarquês rumou então a Espanha e ao Barcelona (1989) onde o seu futebol amadureceu e se tornou altamente apreciado em todo o mundo. Sob a orientação de Cruijff fez parte do famoso “Dream team” ao lado de Romário, Koeman e Stoichkov. Laudrup acabou por ser o preterido no tempo dos 3 estrangeiros e não jogou a famosa final em que o Barça foi destroçado pelo Milan (0-4 em 1994). Seguiu-se, no ano seguinte, a menos pacifica das mudanças: para o Real Madrid. De imediato foi campeão num Real Madrid de Valdano e que colocou fim à saga de vitórias do Barça. No ano seguinte, no entanto, o Real Madrid teve uma época infeliz e Laudrup, com 32 anos, abandonou o futebol de topo para experimentar a aventura Japonesa, antes de regressar para terminar a carreira no Ajax.

Na selecção, Laudrup conseguiu mais de 100 internacionalizações, presenças em vários mundiais e campeonatos da Europa, mas é pela ausência da vitoriosa campanha de 1992 que será mais lembrado. Michael Laudrup tinha, na altura, divergências com o seleccionador Moller Nielsen e ficou de fora do elenco que conseguiu o maior feito do futebol dinamarquês.

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