Na antevisão que aqui fiz da partida elogia a organização dos Polacos assim como o seu pragmatismo. Depois do encontro – e independentemente do resultado – saio com essa ideia reforçada. A Polónia não só será, colectivamente, o mais forte dos nossos adversários como, estou em crer, uma das Selecções mais bem organizadas nesta altura no futebol Europeu, sobretudo em jogos contra equipas mais fortes em que Beenhaker pode montar a sua teia. Não serve tudo isto, no entanto, para dizer que os Polacos mereceram o empate na Luz ou que nos foram superiores. Não foram e, de facto, só sairam de Portugal com um resultado positivo por manifesta felicidade. Se no encontro da primeira volta a estratégia Polaca apanhou de surpresa um Portugal algo arrogante e sem grande mentalidade para reagir, desta vez a equipa encontrou uma equipa que juntou a atitude ao seu enorme potencial e que só não venceu porque o futebol é assim mesmo, um jogo.
Análise ao Jogo
Os Polacos apareceram, sem surpresas, num 4-4-2 largo, compacto e curto, com 2 homens a iniciar a pressão sempre e nunca à frente da linha intermediária. A ideia era, tal como antecipei, dar a posse a Portugal e esperar que as ofensivas lusas (invariavelmente feitas através de um futebol apoiado) entrassem na sua teia para, aí, usar a densidade numérica para recuperar e lançar as suas rápidas e sempre muito perigosas transições ofensivas. Do lado Português, o 4-3-3 habitual com Maniche de regresso e Bosingwa para dar profundidade à ala direita, soltando Ronaldo para zonas mais interiores e dando mobilidade ao “esqueleto”. A forma de chegar à frente era a de sempre, futebol apoiado com recurso à mobilidade e explosividade dos mais criativos, estando igualmente atentos ao adiantamento da linha mais atrasada Polaca.
A primeira parte decorreu com Portugal a tentar ser cauteloso e não demasiado impulsivo com a posse oferecida pelos Polacos. Nestas situações é fundamental dotar a performance de duas características: segurança defensiva e, claro está, eficácia ofensiva. Portugal falhou nos dois aspectos, desperdiçando as poucas (mas boas) ocasiões de que desfrutou e, pior ainda, permitindo que as transições surpreendessem uma defesa algo pesada com Bruno Alves e Fernando Meira. Ao intervalo um 0-1 preocupante e que lembrava a tragédia grega.
No segundo tempo não houve substituições, mas Portugal entrou com a mais importante das alterações, a atitude. Em poucos minutos desfez a muralha Polaca que tantas vezes pareceu impenetrável no primeiro tempo e só não chegou mais cedo à vantagem porque Nuno Gomes revelou o seu problema – grave, parece-me – psicológico. O monstro dos falhanços à boca da baliza depressa afectou os restantes capítulos da sua performance e Scolari não teve alternativa que não fosse substitui-lo. Entrou Quaresma e Ronaldo foi para ponta de lança, numa posição que considero ser quase criminosa tendo em conta que, actuando como extremo, é provavelmente o melhor do mundo (seria o mesmo que colocar, por exemplo, Henry como médio ala). Dadas as circunstancias, porém, a opção era quase inevitável. Com Quaresma houve ainda mais magia e o segundo golo apareceu naturalmente. Os Polacos pareciam derrotados e, de facto, já tinham poucos argumentos. Krzynowek parecia confirmá-lo quando tentou aquele pontapé a soar a desespero. O futebol tem coisas inexplicáveis e tantas vezes crueis e o remate do Polaco acabou com um resultado tão maldito quanto improvável, desfazendo em instantes todo o brilhantismo de um esforço exercido durante 45 minutos que mostrou uma equipa do melhor que há no mundo e que seria bem merecedor dos 3 pontos finais.
Os golos sofridos:
Primeiro golo – Ricardo não bloqueia a bola para a frente mas sim para uma zona fora da “carreira de tiro”. O que aconteceu foi que a recarga Polaca foi bastante precisa o que indicia aquele que me parece ter sido erro Português no lance, a velocidade de reacção. A finalização só saiu tão precisa e esclarecida porque o jogador não se teve de preocupar com a oposição que nunca chegou a ter. Bruno Alves reagiu tarde e isso foi fatal.
Segundo golo – Como disse acima foi um remate desesperado e aparentemente condenado ao fracasso. A sorte polaca foi, sem dúvida, o principal factor para que a bola tivesse entrado, mas fica a sensação que a distancia é demasiada para que Ricardo não pudesse chegar. Provavelmente ele próprio não acreditou e não partiu da melhor posição quando o remate foi feito. Acabou por chegar tarde quando… mais valia nem se ter lançado!
Os Polacos apareceram, sem surpresas, num 4-4-2 largo, compacto e curto, com 2 homens a iniciar a pressão sempre e nunca à frente da linha intermediária. A ideia era, tal como antecipei, dar a posse a Portugal e esperar que as ofensivas lusas (invariavelmente feitas através de um futebol apoiado) entrassem na sua teia para, aí, usar a densidade numérica para recuperar e lançar as suas rápidas e sempre muito perigosas transições ofensivas. Do lado Português, o 4-3-3 habitual com Maniche de regresso e Bosingwa para dar profundidade à ala direita, soltando Ronaldo para zonas mais interiores e dando mobilidade ao “esqueleto”. A forma de chegar à frente era a de sempre, futebol apoiado com recurso à mobilidade e explosividade dos mais criativos, estando igualmente atentos ao adiantamento da linha mais atrasada Polaca.
A primeira parte decorreu com Portugal a tentar ser cauteloso e não demasiado impulsivo com a posse oferecida pelos Polacos. Nestas situações é fundamental dotar a performance de duas características: segurança defensiva e, claro está, eficácia ofensiva. Portugal falhou nos dois aspectos, desperdiçando as poucas (mas boas) ocasiões de que desfrutou e, pior ainda, permitindo que as transições surpreendessem uma defesa algo pesada com Bruno Alves e Fernando Meira. Ao intervalo um 0-1 preocupante e que lembrava a tragédia grega.
No segundo tempo não houve substituições, mas Portugal entrou com a mais importante das alterações, a atitude. Em poucos minutos desfez a muralha Polaca que tantas vezes pareceu impenetrável no primeiro tempo e só não chegou mais cedo à vantagem porque Nuno Gomes revelou o seu problema – grave, parece-me – psicológico. O monstro dos falhanços à boca da baliza depressa afectou os restantes capítulos da sua performance e Scolari não teve alternativa que não fosse substitui-lo. Entrou Quaresma e Ronaldo foi para ponta de lança, numa posição que considero ser quase criminosa tendo em conta que, actuando como extremo, é provavelmente o melhor do mundo (seria o mesmo que colocar, por exemplo, Henry como médio ala). Dadas as circunstancias, porém, a opção era quase inevitável. Com Quaresma houve ainda mais magia e o segundo golo apareceu naturalmente. Os Polacos pareciam derrotados e, de facto, já tinham poucos argumentos. Krzynowek parecia confirmá-lo quando tentou aquele pontapé a soar a desespero. O futebol tem coisas inexplicáveis e tantas vezes crueis e o remate do Polaco acabou com um resultado tão maldito quanto improvável, desfazendo em instantes todo o brilhantismo de um esforço exercido durante 45 minutos que mostrou uma equipa do melhor que há no mundo e que seria bem merecedor dos 3 pontos finais.
Os golos sofridos:
Primeiro golo – Ricardo não bloqueia a bola para a frente mas sim para uma zona fora da “carreira de tiro”. O que aconteceu foi que a recarga Polaca foi bastante precisa o que indicia aquele que me parece ter sido erro Português no lance, a velocidade de reacção. A finalização só saiu tão precisa e esclarecida porque o jogador não se teve de preocupar com a oposição que nunca chegou a ter. Bruno Alves reagiu tarde e isso foi fatal.
Segundo golo – Como disse acima foi um remate desesperado e aparentemente condenado ao fracasso. A sorte polaca foi, sem dúvida, o principal factor para que a bola tivesse entrado, mas fica a sensação que a distancia é demasiada para que Ricardo não pudesse chegar. Provavelmente ele próprio não acreditou e não partiu da melhor posição quando o remate foi feito. Acabou por chegar tarde quando… mais valia nem se ter lançado!