Sp.Braga 0-0 Benfica
No jogo da jornada, a deslocação do Benfica a Braga não trouxe boas notícias para as águias. Não tanto pelo resultado – apesar do momento duvidoso, o Braga continua a ser um adversário de muito respeito – mas mais pela pouca produção que se viu. Ao 4-3-3 do Braga o Benfica respondeu com o seu 4-4-2 (ou 4-4-1-1, como quiserem!) mas nunca conseguiu aproveitar o espaço entre linhas que custou aos Bracarenses as últimas recepções a Sporting e FC Porto. Basicamente, com bola o Benfica nunca revelou capacidade de ligação de sectores e qualidade na primeira fase de construção para poder passar de forma consistente a primeira zona de pressão adversária e isso acabou por garantir ao Braga maiores períodos de superioridade na partida. Nota para a fraca produção dos alas encarnados que, na minha opinião, começam a representar uma séria ameaça ao sucesso deste sistema táctico. Neste aspecto, parece-me que Di Maria poderia ser uma boa ajuda se actuasse numa das alas, dando mais explosão na transição defesa-ataque (momento onde creio que pode tornar-se uma mais valia). Finalmente, num jogo em que é preciso fazer um esforço para encontrar uma ocasião clara de golo encarnado, pergunto o que não se diria se fosse Fernando Santos a substituir Di Maria e Rui Costa, as duas mais valias ofensivas da equipa...
Sporting 2–2 V.Setúbal
Tal como em 06/07, na ressaca da estreia na Champions o Sporting perdeu os primeiros pontos em casa. No ano passado lamentou-se dessa desfeita até ao final e este ano vamos ver qual o real preço do inicio da rotatividade. Neste aspecto, a rotatividade, nota para as dificuldades ofensivas que a equipa sente quando entra neste esquema. O Sporting, já aqui o referi, tem muitos problemas na operacionalização do seu futebol ofensivo, que, por ser baseado em princípios tão exigentes colectivamente, pode ser bastante eficaz se for bem sistematizado (tal como aconteceu no final do ano transacto quando os da frente podiam jogar repetidamente) ou simplesmente inofensivo perante equipas bem fechadas (como foi o caso na primeira parte frente ao Setúbal). Ainda sobre este tema, referir que Romagnoli me parece insubstituível pela mobilidade que oferece ao jogo ofensivo leonino – sobretudo numa altura em que Derlei não está e a equipa parece não saber o que fazer com o perfil mais fixo de Purovic. O problema esteve, sem dúvida, na forma como o Sporting atacou na primeira parte mas foi um invulgar erro defensivo que começou a antecipar o desfecho negativo para os leões, num lance em que Veloso esteve incompreensivelmente passivo perante Pitbull e Abel não se entendeu com Gladstone na marcação a Matheus, ficando ambos presos ao ex-Braga e libertando aquele espaço central por onde apareceu Elias. Finalmente nota – mais uma! – para o trabalho de Carvalhal em Setúbal: o Sporting pode ter cometido muitos erros mas só um Vitória invulgarmente bem organizado podia fazer o Sporting sentir tantas dificuldades.
P.Ferreira 0-2 FC Porto
Pouco para dizer num jogo em que o Porto se superiorizou tão facilmente. Um golo madrugador ajuda muito ainda que o Paços ainda tenha tentado recuperar no inicio da segunda parte, este Porto tem uma arma que nenhum dos outros rivais possui, uma transição ofensiva mortífera, e foi mais uma vez com ela que matou o jogo. As saídas em ataque rápido são muito bem trabalhadas por Jesualdo fazendo normalmente uso das qualidades individuais de Quaresma que ganha muito com esta rotina do “professor”. Esta é a característica que torna o Porto uma equipa actualmente mais completa do que a oposição e, por isso, mais capaz de causar estragos nos seus adversários. Os azuis, carentes de um ponta de lança, já levam uma vantagem considerável sobre a concorrência e vamos ver se mais alguma vez a perderão durante a prova.