16.7.07

Benfica 07/08: Competitividade e gestão de expectativas

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A cerca de 1 mês do início do campeonato, e numa altura em que ainda faltarão algumas definições na composição do plantel, não restam dúvidas de que 07/08 está a ser preparado de uma forma muito ambiciosa na Luz. A aposta tem sido na composição de um plantel com, praticamente, 2 alternativas do mesmo nível para cada lugar (à excepção, no meu entender, da defesa, tal como já anteriormente expus). Ora, é precisamente nesta opção que tem início o debate: se em teoria faz todo sentido a feroz concorrência pela titularidade, será que as elevadas expectativas de tantos elementos não tornam mais difícil a gestão humana ao longo da época?

Neste campo há duas correntes divergentes, uns afirmam que a competitividade é fundamental e que os despiques por um lugar “puxam” pelos jogadores, obrigando-os a estarem constantemente ao melhor nível – Fernando Santos, ele próprio, afirmou que seria importante ter competitividade dentro do plantel, indiciando ser um defensor desta vertente. Por outro lado, há quem afirme que num grupo é importante que a realidade não se torne um choque demasiado grande face às expectativas geradas. O preço a pagar, nesse caso, seria a instabilidade interna do grupo com a frustração a afastar os jogadores dos objectivos colectivos, criando uma divisão interna.
No caso do Benfica, parece-me, estão criadas as condições para que exista uma forte competitividade em 3 sectores do plantel, onde não há, claramente, uma diferença de estatutos entre os jogadores:

Guarda Redes:
Jorg Hans Butt foi contratado, após, aos 33 anos, ter accionado uma clausula que lhe permitia sair de Leverkusen caso não fosse presença regular na última fase da temporada. Face a esta decisão, certamente que Butt quererá garantir a sua titularidade no Benfica, tal como já foi deixado claro pelo seu empresário. Sendo esta um condição do acordo com o Alemão, resta saber qual a posição de Quim e Moreira. Quim, o titular em 06/07, deixou sempre claro qual o estatuto que pretendia para si e, em ano de Europeu, não verá com bons olhos a perda da titularidade. Moreira, por seu lado, terá muito a reflectir caso seja relegado para uma clara terceira posição, depois de um início de carreira em que era apontado como uma grande esperança das balizas encarnadas.

Meio Campo:
É um sector onde o Benfica conseguiu, internamente, grandes reforços – particularmente Manuel Fernandes pode tornar-se um caso sério em 07/08. No meio campo não há dúvidas da competitividade em cada uma das posições, com vários jogadores a apresentarem-se como alternativas de valor para o losango de Fernando Santos. Petit deverá manter-se como intocável no vértice mais recuado e Simão desfrutará de igual estatuto mas atrás dos avançados. Manuel Fernandes deverá ser, igualmente, um indiscutível (que, também, não verá com bons olhos outro estatuto) mas como médio de transição, restando uma posição para a qual competirão Rui Costa, Katsouranis, Nuno Assis e... o médio que Santos ainda quer. Não tendo dúvidas de que se trata de um elenco de qualidade, mas também me parece claro que haverá, entre estes nomes, quem vá jogar muito pouco em 07/08, ficando por saber qual a reacção dos (não) eleitos. Uma última nota: onde se enquadrará, nesta equação, o lançamento do talento de Fábio Coentrão?

Ataque:
A aposta forte em termos de investimento para 07/08. Cardozo deverá, nem que seja pelos milhões investidos, ser titular e, se já referi que o Paraguaio pode mexer com a matriz do jogo encarnado, fica também a certeza que, ao seu lado, resta apenas uma vaga. Bergessio é outra das novidades sobre quem se depositam esperanças e, embora o seu estatuto não seja o mesmo de Cardozo, caso agrade de início deve merecer a oportunidade de Santos. De 06/07 transitam Nuno Gomes, um internacional português que é, igualmente um dos mais antigos no clube, e Mantorras, o preferido dos adeptos que já afirmou querer jogar mais na nova época. Há mais... Santos quer mais uma alternativa, não se percebendo se será, ou não, suficiente a integração de Dabao – outro elemento que, apesar das expectativas geradas, ficará com pouca margem de utilização face a tão bem composto elenco.

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