25.2.14

Outras notas da jornada

ver comentários...
- Começando pelo drama do Dragão, a vida de Paulo Fonseca está definitivamente complicada, mesmo que fique até ao final da época. Creio ser essa a intenção do clube (ou, para ser mais preciso, do Presidente), nomeadamente para poder preparar de forma mais ponderada a próxima temporada, mas o treinador precisa de um milagre para sair por cima no final desta experiência, e ele próprio parece estar a precisar de descanso. Já tenho comentado muito a situação do Porto e de Paulo Fonseca. Sem repetir grandes pormenores, parece-me que esta era uma tempestade anúnciada pela gestão do planel nos últimos 2-3 anos, e que o treinador, mesmo que não tenha tido de facto capacidade para atenuar o problema, nunca pode ser confundido com o instigador do problema.

- Já me tinha referido à gestão dos treinadores na Liga Europa, com Jesus e Paulo Fonseca a mostrar prioridades inversas. Na minha leitura, falará aqui mais alto a experiência de Jorge Jesus que, ao contrário de Fonseca, tem anos suficientes para já ter percebido que se paga o desgaste de repetir o mesmo onze 3 vezes por semana. Coincidência ou não, a verdade é que os resultados neste regresso do ciclo europeu são, para já, de grande contraste, entre Benfica e Porto.

- Em Braga, Jesualdo saiu mesmo. Foi uma época que começou por não correr bem, com os primeiros maus resultados a terem uma boa dose de infortúnio, mas a equipa acabou por prolongar o efeito negativo de cada desaire, tendo reagido sempre muito mal às derrotas. Jesualdo, na minha leitura, pecou por não estabilizar um onze, o que ainda se tornava ainda mais apropriado após a eliminação europeia. A verdade é que isso nunca aconteceu, e à excepção de Eduardo e Aderlan, nenhum outro jogador se manteve como titular e na mesma posição. Demasiadas caras novas, e demasiadas mudanças. Mas nem tudo se perdeu na "era-Jesualdo". O Braga ganhou algumas individualidades de grande valor, tendo todas as condições para, ou fazer já excelentes negócios, ou preparar uma grande equipa na próxima temporada. Rafa e Aderlan serão duas das melhores revelações que o clube já teve nas respectivas posições, e surgiram ainda Pardo e Rusescu que, mesmo com um potencial inferior, têm mantido igualmente um rendimento muito elevado. A estes, acresce o bom rendimento dos veteranos Custódio e Alan, em princípio valores seguros no curto prazo. Segue-se Jorge Paixão, para mim uma surpresa e um mistério.

- Uma nota, também, sobre o final da tabela. O Gil Vicente está em queda livre há algum tempo, restando saber até onde poderá ir. Como escrevi na altura, foi um inicio de época muito estranho com muitos pontos ganhos, mas sem correspondência alguma em termos exibicionais. Se, nessa altura, a equipa acumulou alguma confiança após esses primeiros sucessos, hoje não parece ter nada em que se possa agarrar para inverter o ciclo em que se encontra. Desta vez, perdeu em casa do último, mesmo depois de se ter apanhado, muito cedo, em superioridade numérica. O Olhanense mantém-se um candidato à descida, mas parece já não justificar o favoritismo que o acompanhou praticamente desde o inicio de época. Paços, que continua surpreendemente sem se encontrar, e Belenenses, a quem faltam ideias ofensivas, estão também na linha da frente para ficar atrás de todos os outros.

AddThis