- O futebol, como desporto, distingue-se por vários aspectos, mas nenhum pesa tanto nessa diferenciação como a raridade do golo. Momentos melhores e piores, durante um jogo, todas as equipas têm, a diferença é que, em futebol, torna-se especialmente importante a forma como as equipas capitalizam essas fases. É que, no futebol e ao contrário de outros desportos, uma boa fase pode não ter tradução no marcador. Tudo isto a propósito do último teste portista em 2010. Primeiro, foi o Porto a perdoar o segundo golo. Depois, foi a vez do Paços, que não materializou a sua melhor fase com o empate. Da história não constarão as fases do jogo, mas apenas 3 golos e 3 pontos, todos para o mesmo lado. Um marco importante na caminhada portista, até para, precisamente, não deixar quem vem atrás capitalizar uma fase que parece agora ser melhor.
- Em Espanha, outro exemplo do porquê de algumas equipas, particularmente as de Mourinho, ganharem mais do que as outras. Má exibição, oportunidades perdidas pelo adversário, mas foi no climax da adversidade (expulsão de Carvalho), onde outros colapsam, que emergiu o carácter da equipa. O Real manteve a lucidez emocional e a ambição de vencer, percebeu o que tinha de fazer para se manter na rota do seu objectivo. O Sevilha? Ficou sem saber se devia manter-se fiel à sua missão ou se deveria procurar algo mais, perdeu concentração, qualidade e, finalmente, o jogo. Cortesia de Di Maria, claro.