- A discussão é subjectiva e as opiniões várias. “Quem é o melhor do mundo?” Se calhar a pergunta é mais fácil de responder se for feita na forma colectiva: “Qual é a melhor equipa do mundo?” Aí o consenso, não digo que seja total, mas será seguramente muito maior. O problema é que não é essa a pergunta inicial, a pergunta inicial é: “Quem é o melhor do mundo?”
- Não fica difícil de perceber em que bases estou a situar a problemática. Separar o efeito colectivo do individual. Será possível fazê-lo? Talvez não em absoluto, mas creio que é isso que está subentendido na pergunta “Quem é o melhor do mundo?”. Um foco individual, distanciado dos efeitos que o colectivo pode trazer. O melhor do mundo, “ceteris paribus”.
- Messi é o jogador mais encantador do planeta e não tenho dúvidas que poucos discordarão desta avaliação. O problema é isolá-lo. Será que isolado da “máquina Barcelona”, Messi é Messi? Não sabemos. Sabemos que Messi não é tão Messi na Argentina, mas não sabemos se Messi seria igualmente Messi no Real Madrid, Inter ou Manchester United. Fica-me tanto a dúvida, como a suspeita.
- Temos Ronaldo. Jogou em Inglaterra e agora em Madrid. Ronaldo não é Messi, com a bola colada ao pé. Mas, é bom que se diga porque também conta, Messi nem sequer rima com Ronaldo quando a bola está parada ou vem pelo ar. A grande vantagem de Ronaldo, porém, é que é mais fácil de isolar. Jogou em Manchester e Madrid e não é por isso que Ronaldo deixou de ser Ronaldo. Pelo contrário, Ronaldo está cada vez mais Ronaldo. Ou seja, Messi do Barcelona parece-me melhor do que Ronaldo do Real Madrid. Mas não aposto as minhas fichas que Messi seja melhor do que Ronaldo. “ceteris paribus”, isto é.