16.9.10

Vitórias de Sporting, Porto e... Mourinho "piloto semi-automático" (Breves)

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- Confesso que este me parecia um jogo de grande risco para o Sporting, mas a atitude dos franceses terá sido determinante para a inversão das dificuldades. O Sporting, por seu lado, foi bem mais sério e aproveitou bem os erros do Lille para cavar um fosso só muito dificilmente ultrapassável. E, apesar dos esforços dos franceses para rectificar na segunda parte, assim foi. No Sporting, destaque para a capacidade dos defensores. De Carriço nem é preciso falar muito, mas creio que Polga merece novo elogio, sobretudo pela forma como os seus defeitos são sempre muito empolados. É bom dizer-se que talvez não haja um central em Portugal com melhor leitura e sentido posicional. Por isso, quando não tem de sair muito da sua zona, torna-se um jogador tão dominador. Mais pela capacidade de resistência, também Torsiglieri merece uma palavra. Afinal, a jogar a lateral esquerdo, perante Gervinho e Hazard e com um cartão amarelo nos primeiros minutos, o facto de ter sobrevivido os 90 minutos é, só por si, um feito.

- Ainda no Sporting, e com esta vitória, será que Paulo Sérgio não poderia aproveitar para resgatar a ideia de Van Gaal e Mourinho ainda no Barcelona: uma equipa para o campeonato, outra para a Europa?

- No Dragão, de novo a hipnose portista. Os tempos do jogo são geridos de uma forma minuciosa. Fazer bem, mais do que fazer muito, continua a ser a fórmula das vitórias. E elas já vão longas. Surpreende-me a importância dada por Villas Boas ao lado emocional do jogo. Creio que não há nenhum treinador em Portugal a gerir de forma tão deliberada esse aspecto como o actual treinador portista e isso torna especialmente interessante seguir o seu trajecto imediato. Por esse lado - e repito esta ideia - muito mais do que por outros aspectos frequentemente sublinhados.

- E Villas Boas, porque recusa quase por completo a rotatividade? Já não havia abdicado de muitos jogadores nos 2 jogos frente ao Genk, e agora voltou a mexer muito pouco no onze base. Para a resposta, podemos pensar na parte táctica e na necessidade de continuar a rotinar os principais intérpretes no modelo, mas não posso deixar de parte - e de novo - também a parte mental. Todas as oportunidades não são de mais para reforçar índices de confiança entre os jogadores e entre estes e a proposta de jogo que está idealizada. O desgaste? Com esta gestão do ritmo, será que o desgaste é assim tão grande?

- Por fim, o episódio Mourinho. Não quero comentar muito, mais este estranho episódio. Parece-me, sobretudo, que Madaíl está mais preocupado com a sua própria imagem do que com o futebol em si mesmo. Nada de novo, portanto. De "piloto automático", passamos para a solução "piloto semi-automático".

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