As respostas em ambos os casos, parece-me, são bastante óbvias. Ora, se partirmos delas e seguirmos um raciocínio mais linear, é fácil perceber também em que posição se coloca a equipa do Benfica após a recente tomada de posição da sua direcção. Podemo-nos lembrar do já longínquo luto do Sporting, culminando num quarto lugar final, da “playstation” de Jorge Jesus, que iniciou a descida à 5º posição do seu brilhante Braga, ou, o caso mais recente, do “somos Porto” que teve 5 pontos perdidos nos 3 jogos seguintes à tomada de posição. O passado não faz o futuro, é certo, mas é seguramente o melhor indicador que temos para ele. Neste caso - e é esse o ponto que pretendo vincar – há uma lógica por detrás destas relações causa-efeito.
Desde a primeira jornada que venho alertando para as evidências de um problema psicológico no futebol do Benfica. Algo que se reflecte numa displicência individual, muito própria de quem ultrapassou os limites de uma confiança saudável para níveis excessivos e prejudiciais. A consequência são uma série de erros perfeitamente evitáveis e que têm arrastado a equipa para uma série de resultados verdadeiramente impensáveis num passado ainda muito recente.
E assim chegamos ao primeiro facto essencial a ter em conta: o Benfica tem, objectivamente, um problema intrínseco que precisa de ser resolvido.
Independentemente das arbitragens – que obviamente não vou discutir – o Benfica tem menos passes do que Porto e Sporting, menos % de passe, mais perdas de bola e menos desequilíbrios ofensivos. São demasiados indicadores para serem ignorados, e, sem a sua correcção, o Benfica nunca poderá retomar o caminho do sucesso.
Eis o que entendo dever ser feito neste tipo de situações:
1- Identificação dos problemas intrínsecos. Neste caso, os erros que a equipa vem cometendo.
2- Identificação de soluções práticas para corrigir os problemas.
3- Passagem das soluções para os jogadores, aumentando a exigência sobre estes, mas, ao mesmo tempo, dotando-lhes do poder e da confiança para contornar os problemas.
4- Rever constantemente as soluções, mas manter sempre uma consistência com um plano colectivo. É fundamental que os jogadores ganhem uma confiança progressiva no que estão a fazer e para isso a consistência é fundamental.
Ora, não sabemos o que é transmitido internamente, e é possível que a mensagem seja outra. De todo o modo, porém, este tipo de reacção externa não é um bom indicador e é certo que muito do que é dito para fora passa também para dentro e para os jogadores em concreto. Do meu ponto de vista, e sempre dentro desta orientação metodológica, isto prejudica uma resolução eficaz dos problemas intrínsecos identificados. Eis alguns pontos negativos de algumas reacções recentemente observadas:
1- A centralização nas arbitragens não só retira o peso da responsabilidade dos jogadores em relação ao passado, como retira também enfoque no seu poder para mudar as coisas. Se o problema são as arbitragens, como podem os jogadores contribuir para a alteração do estado de coisas?!
2- Ao ponto anterior, acresce o problema de que nenhum clube se afirma como beneficiado pelas arbitragens. Ora, assim sendo e sendo as arbitragens vistas como algo tão determinante, este é um problema potencialmente crónico e sem inversão possível. Esta é a mensagem que é passada.
3- Centrar os problemas numa questão individual e nas ausências de Di Maria e Ramires representa outro "encolher de ombros". Não há nada que os jogadores presentes possam fazer para alterar a situação e os novos acabam com um peso exagerado e prejudicial sobre si. Isto para além de, na minha opinião, esse ser um diagnóstico completamente errado.
4- O "caso Cardozo" é outro exemplo de desresponsabilização e falta de exigência. Cardozo é, estatisticamente e com alguma distância, o jogador com menor rendimento dos 3 grandes nas primeiras 4 jornadas. Nesta semana, o jogador ficou a saber que não lhe é exigido mais e que a sua falta de entrega é compreensível. Baixar as expectativas é um enorme erro.
5- Outra posição intuitivamente contra producente para o rendimento da equipa é o apelo para a não comparência de adeptos nos jogos fora de casa. No fundo, está-se a abdicar de uma motivação importante e de algo que, afinal, também marca a diferença nos jogos fora de casa.
É evidente que este raciocínio não é exclusivo para esta situação e muito menos para o Benfica. Muitos clubes no passado cometeram o que creio ser um erro metodológico para a resolução dos seus problemas. Fica, pelo menos, o interesse para seguir uma equipa que continua a ter um enorme potencial técnico e táctico, mas que se tornou também num verdadeiro “case study” psicológico.
E assim chegamos ao primeiro facto essencial a ter em conta: o Benfica tem, objectivamente, um problema intrínseco que precisa de ser resolvido.
Independentemente das arbitragens – que obviamente não vou discutir – o Benfica tem menos passes do que Porto e Sporting, menos % de passe, mais perdas de bola e menos desequilíbrios ofensivos. São demasiados indicadores para serem ignorados, e, sem a sua correcção, o Benfica nunca poderá retomar o caminho do sucesso.
Eis o que entendo dever ser feito neste tipo de situações:
1- Identificação dos problemas intrínsecos. Neste caso, os erros que a equipa vem cometendo.
2- Identificação de soluções práticas para corrigir os problemas.
3- Passagem das soluções para os jogadores, aumentando a exigência sobre estes, mas, ao mesmo tempo, dotando-lhes do poder e da confiança para contornar os problemas.
4- Rever constantemente as soluções, mas manter sempre uma consistência com um plano colectivo. É fundamental que os jogadores ganhem uma confiança progressiva no que estão a fazer e para isso a consistência é fundamental.
Ora, não sabemos o que é transmitido internamente, e é possível que a mensagem seja outra. De todo o modo, porém, este tipo de reacção externa não é um bom indicador e é certo que muito do que é dito para fora passa também para dentro e para os jogadores em concreto. Do meu ponto de vista, e sempre dentro desta orientação metodológica, isto prejudica uma resolução eficaz dos problemas intrínsecos identificados. Eis alguns pontos negativos de algumas reacções recentemente observadas:
1- A centralização nas arbitragens não só retira o peso da responsabilidade dos jogadores em relação ao passado, como retira também enfoque no seu poder para mudar as coisas. Se o problema são as arbitragens, como podem os jogadores contribuir para a alteração do estado de coisas?!
2- Ao ponto anterior, acresce o problema de que nenhum clube se afirma como beneficiado pelas arbitragens. Ora, assim sendo e sendo as arbitragens vistas como algo tão determinante, este é um problema potencialmente crónico e sem inversão possível. Esta é a mensagem que é passada.
3- Centrar os problemas numa questão individual e nas ausências de Di Maria e Ramires representa outro "encolher de ombros". Não há nada que os jogadores presentes possam fazer para alterar a situação e os novos acabam com um peso exagerado e prejudicial sobre si. Isto para além de, na minha opinião, esse ser um diagnóstico completamente errado.
4- O "caso Cardozo" é outro exemplo de desresponsabilização e falta de exigência. Cardozo é, estatisticamente e com alguma distância, o jogador com menor rendimento dos 3 grandes nas primeiras 4 jornadas. Nesta semana, o jogador ficou a saber que não lhe é exigido mais e que a sua falta de entrega é compreensível. Baixar as expectativas é um enorme erro.
5- Outra posição intuitivamente contra producente para o rendimento da equipa é o apelo para a não comparência de adeptos nos jogos fora de casa. No fundo, está-se a abdicar de uma motivação importante e de algo que, afinal, também marca a diferença nos jogos fora de casa.
É evidente que este raciocínio não é exclusivo para esta situação e muito menos para o Benfica. Muitos clubes no passado cometeram o que creio ser um erro metodológico para a resolução dos seus problemas. Fica, pelo menos, o interesse para seguir uma equipa que continua a ter um enorme potencial técnico e táctico, mas que se tornou também num verdadeiro “case study” psicológico.