14.11.07

Anderson - A rectificação de um erro de Casting?

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Há muito que é comparado a Ronaldinho. Pelo talento, pelo penteado e pelo facto de ser mais um prodígio gaúcho do Grémio de Porto Alegre. Quem o viu jogar nas suas escassas aparições com a camisola do Porto, rapidamente se apercebeu das diferenças claras entre Anderson e Ronaldinho. Aliás, Anderson revelou-se diferente da maioria dos jovens talentosos que, pela sua técnica, enchem o olho de observadores e adeptos. É que o talento do miúdo não precisava de encontrar as zonas desafogadas do campo para aparecer no seu máximo explendor... Pelo contrário, com um físico invulgarmente desenvolvido, Anderson mostrava-se particularmente expedito a usar os confrontos característicos do centro do campo como arma para depois explodir em direcção à área contrária. O meio era, indiscutivelmente, o seu lugar.

Apareceu o Manchester e levou o miúdo. No 4-5-1 de Ferguson, onde cabe o seu futebol? Em boa verdade e vendo bem, não se encaixa perfeitamente em lado nenhum... Isto porque Anderson não é (ou não era) um médio centro com funções de organização e balanceamento táctico. Por outro lado, todos sabemos que o jogador que alinha no espaço entre-linhas (ou atrás do ponta de lança) no esquema de Ferguson tem de ser, entre outras coisas, capaz de aparecer de trás a atacar a zona de finalização. Foi assim que actuaram McClair, Cantona, Scholes ou, agora, Tevez. Estão a ver Anderson desempenhar funções tão amarradas ao ponta de lança? Claro que não. É demasiado próximo da baliza para as suas explosões.

No primeiro jogo a titular, Ferguson lançou-o na frente, ao lado de Tevez. Anderson esteve irreconhecível na resposta ao equívoco do seu posicionamento. Constantemente amarrado a um central foi uma decepção. Estaríamos perante um erro de Casting de Alex Ferguson? Talvez, mas Anderson tem demasiado talento para que a história terminasse aqui e Ferguson também não é propriamente novato nestas coisas de lançar talentos. O jovem gaúcho joga agora no miolo numa função em que se lhe exigem maiores responsabilidades defensivas e posicionais. Anderson tem-se dado bem, com uma entrega fantástica, completada pelos seus dotes técnicos naturais. As explosões ficam para mais tarde e, se tudo correr bem, até pode dar um dos melhores e mais atípicos médios centro do mundo...

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