16.11.07

2 questões rumo ao Euro

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A caminho do Euro 2008, o duplo confronto que deve confirmar Portugal na fase final do Euro – embora não se deva dar esse facto como consumado – encontra uma Selecção com a qualificação para garantir mas com um olho já na fase final, onde as expectativas são muito elevadas, assumindo-se Portugal como um dos mais sérios candidatos à vitória final. Entre estas duas preocupações – a qualificação e uma presença ambiciosa na fase final – encontram-se duas questões às quais Scolari deve encontrar uma solução antes de Junho próximo:

A alternativa a Deco
Este é, naturalmente, um problema muito presente e que terá, de resto, o seu principal teste neste duplo confronto. Desde a retirada de Rui Costa que Portugal não tem uma alternativa para Deco no esquema da Selecção. Hugo Viana, Moutinho e Tiago foram os jogadores testados no espaço ocupado por Deco mas, em boa verdade, as características do “mágico” parecem ser demasiado específicas para uma mera substituição directa. O 4-3-3 da Selecção utiliza 3 médios de características diferentes, não se podendo falar de um triângulo de lados iguais. Um “pivot” defensivo, um médio de transição (responsável pelos equilíbrios numéricos da equipa em campo) e um... Deco. Ou seja, um jogador com tarefas próximas do médio de transição mas capaz de se libertar para o espaço entre linhas, mais próximo da frente. Esta é a capacidade que tem faltado a Viana, Tiago e Moutinho, jogadores menos confortáveis para receber a bola na zona entre linhas, muitas vezes de costas e já muito apertados pelos adversários.
A ideia prestes a ser testada por Scolari é Simão. A integração do extremo do Atl.Madrid na denominada posição 10 é uma incógnita. É verdade que Simão já foi utilizado nessa posição, numa invenção de sucesso de Fernando Santos. A diferença, no entanto, reside no facto de, nessa altura, o Benfica actuar sem extremos fixos (4-4-2 losango), o que permitia a Simão aparecer constantemente sobre os flancos, onde não havia uma presença fixa. No caso do 4-3-3 o caso será diferente, exigindo grande capacidade de entendimento entre os 3 da zona criativa lusa. Aqui reside uma grande oportunidade para Portugal testar um sistema alternativo e potencialmente mais ofensivo. Uma coisa é certa, a incorporação de Simão deverá fazer com que se exijam novos equilíbrios na zona mais defensiva do meio campo. Aqui pode prever-se uma maior aproximação de Maniche a Veloso, embora não seja provável a constituição do “duplo pivot”.

O ponta-de-lança
O problema de longa data e que voltou a ser reavivado com o abandono de Pauleta. Portugal não vai inventar um grande ponta de lança até Junho, mas até poderá contar com um elemento bem mais confiante do que aquilo que é habitual: Hugo Almeida. Já aqui escrevi sobre isso e é uma teoria que cada vez mais me convence... Ao contrário de Portugal, campeonatos como o Holandês ou Alemão são ideais para o desenvolvimento de goleadores. A frequência elevada com que se marca golos beneficia os jogadores que actuam na posição 9. Não que este se tornem melhores tecnicamente, mas porque os faz ficar mais preparados do ponto de vista mental, desenvolvendo uma característica fundamental para quem joga perto da baliza contrária: a confiança.

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